Por: Bento dos Santos
domingo, 14 de outubro de 2012
A DIMENSÃO DO BOATO NO ESPAÇO JORNALISTICO
Por: Bento dos Santos
Tem se propagado nos últimos tempos na arena mediática angolana o fenómeno da produção de factos jornalísticos. As razões para a acentuação deste fenómeno são de vária índole, o que nem sempre é suficiente para os justificar, em função das inúmeras consequências que dele podem advir. No entanto, o seu surgimento e consequente proliferação impõem uma reflexão por parte da classe dos profissionais: Comunicólogos, Jornalistas e demais profissionais do mundo da Comunicação Social.
Reflectir sobre as causas e efeitos de tal fenómeno, não é uma prática nova, o que não descura a sua importância e actualidade, quando se perspectiva contribuir para o seu estancamento, por ser uma prática pejorativa no seio dos profissionais da classe.
Convém realçar que os factos e os acontecimentos são as formas pelo qual se incide o trabalho dos jornalistas. Diferente de os produzir, o profissional de comunicação social procura identificar os factos e acontecimentos por formas a dar-lhes tratamento jornalístico o que poderá resultar na produção de uma notícia, informação, publicidade, reportagens entre outros produtos dos géneros jornalísticos (…)
Em outra vertente, é preciso clarificarmos que o fenómeno denominado “Sensacionalismo” no mundo jornalístico não é recente, uma vez que a própria história da comunicação social, regista que os primeiros jornais norte-americanos (“Publick Occurrences”) e franceses ("Nouvelles Ordinaires" e "Gazette de France") tinham um caráter sensacionalista. Há mais de quarenta (40) anos que estudos conceituam a prática do sensacionalismo como uma imprensa que distorce informações, e procura sempre despertar sensações, ridicularizar as pessoas expondo-as em matérias de violência, escândalos, sempre utilizando ferramentas que possibilitem provocar ainda mais o interesse do leitor. Mas, há a dúvida, se esse conceito criado há várias décadas ainda serve. O sensacionalismo é usado de forma generalizada para rotular qualquer produto da mídia que provoque sensações.
Por outro lado, associar a palavra “boato ao sensacionalismo” é um exercício que se impõe quando emergimos no mundo da comunicação social, considerando que a palavra boato apresenta uma conceituação etimológica que faz alusão a noticia que corre publicamente, mas não confirmada (…) segundo o dicionário http://pt.wiktionary.org/wiki/boato
Manipular a informação de modo incompleto ou parcial e apresentar essa informação num formato exagerado, com objectivo de enganar o público-alvo são características principais que caracterizam o jornalismo sensacionalista. A exploração de notícias sensacionalistas em geral resulta em audiência. Além de termos e imagens sensacionalistas, esses veículos fazem também uso de outros recursos para manter uma proximidade maior com o leitor, por exemplo, espaços reservados para ouvir o público reclamar sobre problemas nas comunidades, serviços de utilidade pública em geral. O entretenimento também é um ponto forte nessa mídia. Notícia sobre famosos, apresentações culturais, shows, filmes, novelas, e diversos temas que possam “entreter” os leitores.
Foi com o entretenimento que surgiu a expressão “imprensa amarela”, o jornal New York World, publicava sempre aos domingos uma história em quadrinhos, e o personagem “era um menino, desdentado sorridente, orelhudo, vestido com uma camisola de dormir amarela. A fala do menino orelhudo vinha escrita na sua camisola e não em balões legendados como acontece genericamente nas histórias de quadradinhos.” (ANGRIMANI SOBRINHO, 1995, p. 21).
Por ter a roupa de cor amarela o menino personagem principal dos quadrinhos, ficou conhecido como “Yellow Kid”. O termo imprensa amarela pegou quando um jornalista escreveu um artigo se referindo à “imprensa amarela” de Nova Iorque, usando no texto um sentido pejorativo à cor.
Em Angola, alguns jornais impressos eram até bem pouco tempo os melhores exemplos deste tipo de jornalismo. Por meio de títulos excêntricos e reportagens fúteis, altamente atractivos para o público, devido à preferência do povo em assuntos polémicos aos factos de relevância pública e de espaço sócio cultural, numa primeira instância estes jornais visavam provocar polémica na sociedade e aumentar as vendas, tendo nos últimos tempos evoluído para o alcance de fins meramente políticos, associados ânsia do poder.
A evolução do “sensacionalismo” são limitou-se no campo do jornalismo impresso. Assiste-se actualmente no contexto social mediático angolano, a proliferação de tal fenómeno no espaço mediático cibernético. Sites, Blogues, Canais de Televisão e outros meios mediáticos eletrónicos têm sido a arena de proliferação de “Boatos” cuja dimensão se associa a perca dos valores éticos e deontológicos de uma profissão já muito banalizada na nossa praça.
A imprensa sensacionalista viola os princípios éticos do jornalista de sempre passar a informação de forma clara e verdadeira, a ponto de inventar histórias para se tornarem notícias com o intuito único e exclusivo de provocar polémica na sociedade. Entretanto, na coexistência do sensacionalismo e o mundo mediático, assiste-se como uma das principais causas, as barreiras de acesso as fontes, que muitas vezes permite a divagação conotativa de factos públicos, que carecem de esclarecimento mediático.
Noutra vertente o actual cenário social caracteriza o perfil da população como avida ao consumo das notícias sensacionalista, em função de distintos factores que sobre ela recai, como os factores culturais, sociais, económicos, demográficos, etc. Tal facto leva-nos a perspectivar que o “sensacionalismo” continuará a dominar o interesse da maior franja da população angolana, porque está contínua a se apresentar com necessidades psicológicas colectivas no que concerne ao consumo da informação adversa.
É consensual que o “sensacionalismo ou imprensa marron” empobrece cada vez mais o jornalismo no mundo. Pois além de relatar os factos, encontra-se entre as objectividades do jornalismo, a preocupação de propor soluções que ajudem a resolver os problemas apresentados socialmente.
Lançado o desafio que se caracterizou na identificação da pré-crise da credibilidade dos mídias angolanos, sugere-se o posicionamento da classe para estancar tal fenómeno. Quiçá um estudo mais aprofundado sobre o assunto não representaria um caminho a seguir (…)
domingo, 7 de outubro de 2012
RESPONSABILIDADE PESSOAL E A DIMENSÃO DA CORRUPÇÃO
Não pretendo ser o tal moralista, identificando as raízes ou essências dos casos descritos, o meu objectivo, em função do tema, é dinamizar este exercício. A avaliação moralista ou ética, poderá ser feita pelo próprio, amigo leitor, caberá a si, no final de cada caso, identificar “onde começou o ilícito, no caso a corrupção”…poderás ainda, enviar-me o seu ponto de vista, tomarei nota, e quiçá, futuramente poderei espelhar a sua opinião, retratando o seu ponto de vista;
A minha perspectiva filosófica para com estes ensaios, visiona especificamente sondar, até que ponto, um determinado cidadão, detém conhecimentos para saber, do seu posicionamento pessoal por formas a contribuir ou estancar a corrupção, ou ainda, participar na sua promoção.
Pelo que,
Lhe agradeço.
Iº Caso:
*O voo 747 proveniente da cidade de Lisboa acabava de aterrar em solo Angolano, dos inúmeros passageiros que desembarcavam, um fazia as contas a sorte. Will Balond, atravessou continentes para chegar ao destino, não se fazia acompanhar de muitas
bagagens, apenas trazia consigo uma mochila pendurada ao ombro, os haveres que continha no interior davam a entender que o seu período de estadia seria curto.
Will Balond, era um cidadão de nacionalidade Baulmar. Sim! Não duvides, ele era um Baulmares, aquela cidade, que não existe.
Antes de viajar para Angola, Will Balond, balizou-se com informações sobre as distintas esferas do contexto socio-político angolano. Esta tarefa lhe foi facilitada, graças as novas tecnologias de informação; o recurso aos sites, serviram de barómetro para ter uma visão do que podia ser a realidade do país que seleccionou como meta.
Tinha uma ideia da fragilidade « » dos serviços de emigração, e de outras instituições do estado angolano. Treinará a língua, pelo menos as expressões mais usuais para poder comunicar-se, até arranjar um local para hospedar-se. Sabia o nome do hotel que devia mencionar como local de estadia, alegando que tinha a reserva já efectuada, sem no entanto corresponder a verdade. Quanto a questão do período de permanência, argumentou que vinte e cinco dias, era o ideal para conhecer Angola. O visto que tinha disponível dava-lhe um período de trinta dias.
Quanto ao motivo da deslocação, afirmará, que era um admirador do continente africano, e Angola, era um país que constava na sua lista para visitas turísticas. Entre outras formalidades básicas da migração, os pressupostos foram ultrapassados. Will Balond estava já em solo Angolano, e fora do aeroporto. Sabia que tinha de ter algum cuidado, pois como em todos países, Angola tinha também os seus criminosos, a sua maneira m´bora…mas tinha!
Acção seguinte foi chamar um táxi, enquanto no seu interior arriscou decidir por uma sugestão que conservava consigo, lerá em um comentário que certo internauta fez a quando da publicação de uma noticia sobre o hotéis e similares da capital do país, no caso “Luanda”.
– Pór falor lebami a iuna pensón aqui na cidadi, kinaxi ou alvaladi, pediu Will Balond ao motorista do starlet bolinha, azul metalizado.
Após acomodação em uma das hospedarias localizada no centro da cidade de Luanda, Will Balond tratou de ambientar-se com o cenário dos típicos expatriados situados em Angola. O seu itinerário correspondia, em frequentar os restaurantes mais requintados da cidade, e procurar conhecer meticulosamente os dirigentes políticos do topo, da República de Angola.
Intermitentemente a sua deslocação a uma das conservatórias de Luanda, não era por mero acaso, ai conheceu o Pin-pam, aquele que viria a ser o seu ponta de lança, esta acção de mestre, é ainda fruto das suas pesquisas as informações noticiosas, sobre Angola, publicada em um dos sites mais polémicos da praça da informação Angolana.
Tomou o cuidado de anotar inúmeros comentários, que davam por conta que as conservatórias de registo civil angolanas trabalhavam mais no exterior, o pessoal interno era apenas para dar despacho dos casos que resultariam em gasosas (…)
Na perspectiva de Will Balond, Pin-pam era o homem certo, portador da pura gema “da gera mangole 90”, era a pessoa ideal, podia se dizer, que, qualquer necessidade que se manifestava perante ele, o homem tinha uma solução: - Não se preocupa kota, eu tenho um canal para tratar deste assunto, e se não poder pelo meu canal… lá, encontro outro canal, é tudo uma questão de encontrar um canal ou criar um canal, é assim que nós criamos o fantasma chamado sistema, kota”…não liga isto é bobeira, aqui em Angola é assim, eu mbora sou um pobre desgraçado se não bumbar assim vou pitar o qué?!...
Estas eram as palavras pronunciadas por Pin-pam, o jovem do canal; a solução para Will Balond, que até bem pouco tempo não sabia como arranjar estratégias para consolidar-se em Angola, uma vez que o mesmo precisava estender de forma oficiosa « » a sua permanência em Angola, pois seu objectivo era muito mais amplo, do que o simples turismo.
Passaram trinta dias, desde o seu desembarque em Angola, não lhe passava pela cabeça que aquele dia, seria o seu primeiro grande teste…sabia que a conjectura social angolana vivenciava um período de transição, alguns órgãos da soberania do estado, experimentavam uma reestruturação, nunca antes vista, alguns dos novos dirigentes, saíram do mundo das sombras, e conheciam inúmeros actores de ilícitos, nas vestes de homens do direito… este facto, constitui, uma das vantagens de trabalhar na sombra, permite ter informações privilegiadas, o trabalho na sombra, é mais ou menos como o conhecer o futuro (…), e assim vagueava Will Balond sobre os seu pensamentos, quando de repente…
Continua (...); mas não esqueça… envia a sua opinião sobre “onde começou o ilícito, no caso a corrupção” na narrativa descrita.
*PS: qualquer similitude dos factos narrados, e uma situação real, é mera coincidência, pelo que descarto qualquer responsabilidade, pois este ensaio é mera ficção.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
QUANDO SE CONFUNDE POLITICA COM ARRUAÇARIA (…)
Aristóteles defendeu a tese filosófica de que o homem é um animal político, fundamentando que: “o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros. O ser humano em sua própria natureza seria incapaz de sobreviver isolado dos outros, o que gera a necessidade de constituir associações, e o próprio Estado comum a todos, sendo, por isso, um ser carente e imperfeito, buscando a comunidade para alcançar a completude”. É a partir desta hipótese, que Aristóteles deduziu que o homem é naturalmente político.
Apesar da tese de Aristóteles vir a ser comprovada factualmente a posterior, o seu estudo, não descurou em nenhum momento a assimetria existente entre a convivência dos homens e as normas que regulam estas relações.
Ortografando factualmente sobre o actual ambiente político vigente, notamos que alguns actores políticos da nossa arena (entenda-se actores do contexto politico angolano) tem usado irreflectidamente a estratégia da produção de factos políticos que infelizmente não contribuem positivamente para o ganho da estabilidade social que muito merecemos enquanto povo e cidadãos desta pátria que muito já perdeu com martírio da guerra.
Eis alguns factos;
Na sequência de uma digressão pelas províncias do Namibe e Huíla, no pretérito dia 12 de Maio do ano 2011, o secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa propagou que “os mais velhos devem sair do poder”. Tal pronunciamento viria ser proferido num ambiente de incentivo e coagitação a agitação para subversão por parte da juventude daquela região. Na mesma senda da busca do protagonismo politico, o dirigente da UNITA que procura não deixar em mãos alheias o seu activismo a prática da subversão chegou a instar a instabilidade social no pretérito dia 17 de Janeiro do ano 2007 na província do Kwanza Sul.
Felizmente, não constitui o foco deste artigo abordar de forma analítica os discursos ou intervenções dos líderes da UNITA ou de outra formação politica, apesar de recorrer-se a alguns extratos da intervenção destes ou de outros políticos em algumas ocasiões. No entanto, o ultimo episódio de péssimo conteúdo protagonizado pelo membro e dirigente da UNITA em plena sessão na Assembleia Nacional, no caso o senhor Makuta Nkondo provocou o transbordo dos limites da atenuação formal institucional.
O senhor Makuta Nkondo que a bem pouco tempo revelou publicamente estar mais preocupado com os bens materiais, provando ser um servidor do clientelismo politico, pela justificação da sua posição a favor da UNITA por causa dos bens postos a sua disposição pelo líder da referida organização partidária (visão errada do Senhor Makuta uma vez que o carro 0 km que o mesmo ostenta é propriedade pública) protagonizou um acto de pleno desrespeito aos cidadãos que se revém na liderança do Presidente, José Eduardo dos Santos. Talvez o Sr. Makuta Nkondo não fez o costumeiro dever de casa. Parece ser prática do Senhor Makuta antes de sair da sua casa, receber orientação por parte da sua esposa de como deverá se comportar publicamente por formas a mostrar gratidão ao seu mano Samakuva (...); O argumento que o Senhor Makuta Nkondo apresentou em forma de justificação do seu acto irresponsável, de que falava em nome do povo enquanto deputado não é valido. Os deputados do MPLA também representam o povo e não violam normas para transmitir disparates pessoais do que pode-se pensar de um determinado líder da UNITA ou de outro partido qualquer. Tornou evidente que o Senhor Makuta Nkondo esta desprovido de educação de berço. Atenção é diferente da instrução académica ou formação profissional.
No entanto, a UNITA tem sido vítima de si mesma, e hoje paga um preço muito alto pelo facto de investir na estratégia da liderança tribal. O povo Bacongo não é estupido e não se pode ter a ideia de que só Senhor Makuta Nkondo pode representar o povo Bacongo pois no MPLA e em outros partidos existem inúmeras pessoas oriundas desta etnia. Por este facto a vergonha e a baixaria é só mesmo da UNITA e do Senhor Makuta Nkondo.
Outra questão prende-se a estratégia da UNITA em incitar a REVOLTA POPULAR. Apesar da UNITA faze-lo de forma omissa, torna-se cada vez mais claro que não tem condições psico-morais para concorrer numa disputa democrática. Dai a frequente instigação do fantasma da fraude eleitoral. Este investimento no fantasma da fraude não é involuntário, é sim uma reserva estratégica da UNITA para mobilizar grupos que criam um cenário de instabilidade social pela contestação realizando manifestações por formas a invalidar ou descredibilizar a realização do pleito.
Quanto a estratégia de investir fortemente nos ataques pessoais aos governantes sob acusação de enriquecimento ilícito através da corrupção, isto para afectar na imagem destes e consequentemente na credibilidade junto dos eleitores. É preciso a UNITA ter capacidade de analisar a possibilidade dos seus efeitos. Acima disto está o interesse nacional, o compromisso da manutenção da Paz e da estabilidade social. É necessário não confundir política com arruaçaria!
Fala-se muito em imitar os actos de subversão social que ocorrem alguns países africanos e do ocidente. Os tidos como cabeças das instigações não têm capacidade de ver que o ocidente nunca se predispôs a imitar os longos anos de guerra que causou sofrimento e dor a todos nós angolanos?!
Neste espaço já abordamos temas interligados a este. Não o fizemos directamente como agora, no entanto seu conteúdo advertiu inúmeras vezes que na política não vale tudo! Também existem normas! Dai a razão dos políticos não poderem confundir política com arruaçaria, isto é errado Senhor Makuta Nkondo!
A arruaçaria tem consequências muito perigosas, não só no campo politico mais a todos os níveis da convivência social.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
CAMPANHA POLITICA, PERSPECTIVA MÁGICA NO PERCURSO AO PODER
Caso lhe fizessem a seguinte pergunta: - o que espera de inovador nas futuras campanhas políticas dos partidos que concorreram as eleições? Sem ser excessivamente séptico, certamente a resposta inequívoca seria: - “os partidos políticos vão intensificar, aumentar, renovar as suas promessas e mais promessas”!
Para ser mais simples
e preciso a resposta seria: - promessas e mais promessas!
Faço esta previsão subsidiada pela clara evidência da falta de integração dos planos de comunicação e marketing no seio da maioria dos partidos políticos. Esta ausência provoca a inexistência de estratégias de comunicação que entre as suas variadíssimas finalidades apelariam as emoções dos eleitores facilitando as suas opções de escolha a quando do dia do pleito eleitoral nas urnas.
Faço esta previsão subsidiada pela clara evidência da falta de integração dos planos de comunicação e marketing no seio da maioria dos partidos políticos. Esta ausência provoca a inexistência de estratégias de comunicação que entre as suas variadíssimas finalidades apelariam as emoções dos eleitores facilitando as suas opções de escolha a quando do dia do pleito eleitoral nas urnas.
Se por um lado, tomamos conhecimento de
alguns milagres produzidos pelas campanhas politicas em países considerados do
primeiro mundo, como o caso mais recente da França onde vimos um Sarkozy a
deixar a presidência pela falta de consistência nos seus argumentos durante a
campanha, tendo como consequência os seus actos enquanto esteve na liderança,
isto segundo o ponto de vista de muitos analistas, por outro, vamos assistindo nos
Estados Unidos da América um Obama a inverter a pirâmide das sondagens
favoráveis ao seu adversário, graças as estratégias integradoras das lideranças
consolidadas como é caso de Bill Clinton que associou-se a campanha da
recandidatura de Obama para reforçar e dissipar dúvidas de que Obama se
apresenta como a opção certa para a politica dos norte americanos…Será?!
Voltando a nossa arena politica, onde a chuva de “bandeiras” começou a massificar-se após o pronunciamento do governo angolano sobre a atribuição dos financiamentos aos partidos políticos, que entre muitas ressonâncias numa primeira fase não interpretaram com precisão a finalidade do tacho que lhes cabia, pensando que era o primeiro e último, por outro lado, começaram a desnudar a sua apetência ao lucro fácil praguejando o dia em que pensaram consolidar-se como coligação politica, facto este que dá pouco espaço para o uso indevido do fundo público atribuído.
Para refrescar o foco deste artigo, refuto a
questão, o que se espera de
inovador nas futuras campanhas políticas? A resposta mantem-se… promessas e mais promessas! Mas se os partidos políticos não direcionarem as suas
estratégias em promessas, que linha de abordagem adoptariam?
Ai é que a porca torce o focinho! A magia das campanhas políticas surge da inteiracção
do societário e o cultural, baseados em episódios das diferentes conjunturas
vivenciadas pelos actores políticos em disputa. Numa abordagem mais simples,
pode-se afirmar que as campanhas políticas podem criar espectativas tangíveis e
intangíveis. Considerando que o canal de veiculação das campanhas políticas se
fará no espaço electrónico, onde se fará a luta politica e eleitoral, sem séptismo
podemos prever um desfecho inovador no que tange a dimensão do fracasso,
enquanto a imagem da maior parte dos seus actores (entende-se lideres dos
partidos políticos) é anonima ao conhecimento da maior parte do eleitorado.
Pode-se dizer que quanto mais desenvolvido o país, região, cidade, maior é a propensão para praticar o conceito de marketing nas campanhas eleitorais. As diferenças entre eles são muito grandes e de enorme importância. No conceito de marketing, o foco da campanha está no eleitorado e não no partido, por mais que seus membros sejam experientes e conheçam o eleitorado. No marketing a pesquisa é o instrumento para determinar com precisão qual deverá ser o foco da campanha.
A situação dos pré-candidatos frente à opinião pública, medida nestas mesmas pesquisas, também é determinante para as suas chances. É um foco voltado para fora, para o eleitor. A estratégia apoia-se no que se chama de “máquina partidária”, isto é, o conjunto de cargos e funções ligados aos vários níveis de governo ocupados pelo partido, cujos titulares/militantes penetram a sociedade, numa relação interpessoal, com os representantes de massas de eleitores, organizados em função de sua ocupação, residência, etnia, etc.
Desta articulação, abrem-se aos poucos espaços políticos para os membros daquelas organizações, e o partido, as representa e com elas negocia demandas e reivindicações. A estrutura é “vertical descendente” e o conceito de marketing origina-se no eleitor. É este eleitor, dividido em segmentos distintos, que define, por seus sentimentos e opiniões, o foco da campanha do candidato, que vai moldar sua mensagem para conquistar o apoio dos diferentes segmentos que podem votar nele, e cuja expressão no eleitorado é suficiente para vencer. Neste conceito, não é o contacto pessoal o portador da mensagem e da comunicação, e sim os recursos da moderna mídia veiculando mensagens peculiares aos peculiares interesses daqueles segmentos.
Enfim, as eleições propiciam uma maior visibilidade social á política, através de dispositivos próprios do campo politico, e como torna-se cada vez mais evidente estamos todos ansiosos por campanhas políticas inovadoras, bem diferente do exuberado amadorismo que assistimos a quatro anos atrás com as produtoras da xá-xá a ensaiarem a pouca vergonha dos partidos políticos. É preciso ter sempre em conta que o impacto dos mídia quer nos processos eleitorais quer nos processos de decisão politica, assim como seio da formatação da opinião pública, desempenha um papel equiparado ao poder genericamente instituído (Comunicação Social equiparada ao 4º poder). Assim sendo a relação entre o sistema politico e o sistema mediático constitui uma única força no percurso da consolidação do poder.
Certamente as campanhas politicas a ocorrerem na nossa praça irão produzir resultados mágicos. Entretanto, esperamos que tais resultados não venham a fortalecer a nossa galeria anedótica, que talvez seja fruto da ganância de muitos líderes destes partidos que concorrem ao pleito, desprovidos da responsabilidade de assumirem uma postura digna para a governação do país, em detrimento de realizações pessoais.
Até lá…continuaremos com a esperança que a magia das campanhas da arena politica não se prende em PROMESSAS E MAIS PROMESSAS! Razão para optar aos feitos e realizações já conquistadas por quem sabe o que faz!
sábado, 26 de maio de 2012
NA HORA “H” DAS ELEIÇÕES, CAÇA AO VOTO, VALE TUDO?
A actual busca pelo poder político no contexto das nações é realmente algo extraordinário para análise no campo das ciências humanas. Se por um lado ela chega a revelar o lado mais versátil do ser humano, por outro, ela suscita vários questionamentos sobre a dimensão egocêntrica do homem.
A complexidade do xadrez político (entenda-se jogo das palavras na arena politica) é tão ampla, que por vezes chega a ser mesmo obscura, obrigando o homem a ensaiar uma hermenêutica para ajudar a sua compreensão.
O século XX foi sem dúvida, o século dos grandes acontecimentos e das grandes mudanças políticas, nele destacam-se factos como: a Primeira Grande Guerra, o Comunismo, o Fascismo, o Nacional-socialismo, o 25 de Abril em Portugal, a independência das colónias portuguesas, a independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, e mais recentemente, as eleições em Angola do início do século XXI, e já lá vamos para o segundo pleito eleitoral a 31 de Agosto do presente ano.
No entanto, todo este percurso histórico factual tornou evidente que a luta pela conquista do poder político nunca esteve remetida apenas, à informação e divulgação ideológica. É assim que em pleno ambiente político sensível, vamos assistindo a intensificação da propaganda de choque, massificada por alguns partidos que nas vestes dos seus actores procuram mobilizar psicologicamente a população, com mensagens de apelo emocional com natureza agressiva ordenando a subversão social pela falsa alusão da existência da fraude, promovendo subjectivamente estratégica a descredibilização da organização do pleito eleitoral.
Por tal facto, são suscitadas algumas questões de caracter reflectivo:
– Quem realmente ganha com a descredibilização do pleito eleitoral, com a falsa alusão da existência da fraude?
– Que consequências podem advir por parte da população quando se depara com discursos incendiários e de agitação a subversão social?
– Porque que nos últimos tempos alguns líderes políticos procuram ressuscitar os “slogans” incendiários do líder histórico da UNITA Dr. Jonas Savimbi?
– Porque que alguns partidos mantem o permanente apelo a revitalização do tribalismo regional?
– Quais foram os feitos produzidos pelos partidos políticos nos últimos Dez anos cujos resultados se faz sentir na população?
– Que modelos de governação podemos perspectivar por parte de alguns partidos políticos quando analisamos o histórico dos seus modelos, confrontados com a democracia no seio?
– Politicamente que vantagens obtêm com a instalação de um clima de instabilidade?
– Qual é o actual programa de alternância social promovido por estes partidos cujo resultado poderá perspectivar melhoria nas condições sociais da população?
Enfim! No entanto, ainda importa sublinhar que a estratégia de penetração e manipulação a nível intelectual e moral das populações, levado a cabo por alguns partidos na oposição não se centra, apenas, na técnica do descredito do pleito eleitoral, ela é mais intensa, abrangendo a diminuição das realizações sociais alcançadas ao longo dos últimos Dez anos por parte do executivo angolano.
Esta é uma distorção propositada, pois torna-se cada vez mais evidente que muitos deles estão mergulhados em actos de desespero político, por este facto activaram as suas estratégias do vale tudo!
No que diz respeito ao MPLA, este enquanto partido no poder deverá manter a sua enorme capacidade de efectivação da manutenção da Paz, já que foram capazes de mudar a orientação da opinião pública do isolacionismo para o intervencionismo, assim como de manter a coesão interna a nível social e politico.
Noutro prisma, sabemos que não é fácil manter os níveis de desenvolvimento social que vamos alcançando actualmente, mesmo sob efeitos da repercussão dos longos anos de guerra que nos vimos envolvidos.
Também estamos cientes da realidade dos problemas sociais que vivenciamos, que carecem de soluções pontuais. Entretanto a nossa postura enquanto actores sociais tem demostrado na prática adopção do caminho certo, tanto pela critica, assim como na adesão ao trabalho para o desenvolvimento social.
A preocupação do momento prende-se ao facto dos indicadores actuais demonstram que “Na Hora H do Jogo Politico, Muitos Pensam Que Vale Tudo!”. E as vítimas somos todos nós. Já parece um filme…”TODOS CONTRA UM”!
domingo, 22 de abril de 2012
GUINÉ BISSAU, O NOVO DESAFIO DA DIPLOMACIA ANGOLANA
Neste artigo o caro leitor não encontrará uma descrição cronológica dos factos ocorridos a quando dos quatro golpes de estado na Guiné Bissau em menos de quinze anos. Basearei a minha reflexão de forma muito sintética sobre alguns factos que considero de maior impacto para a opinião pública internacional, considerando que o actual golpe de estado perpetrado na Guiné Bissau trás a monte a necessidade de uma reflexão introspectiva sobre a nossa visão geoestratégica e a nossa forma de actuação e posicionamento no que diz respeito aos ambientes geopolíticos externos, tendo em conta a sua complexidade perante aos condicionalismo culturais e ideológicos destes países que em muito diferem do nosso.
É evidente que a nossa competência critica diante dos grandes temas que se debatem na região Austral e Ocidental de África pode induzir-nos a perspectivar cenários nacionais e internacionais que podem perspectivar a tomada de decisões com baixo risco.
No entanto, o caso mais recente (subversão da ordem democrática) ocorrido na Guiné Bissau contrariamente ao que muitos podem inventariar leva-nos a considerar como negativa para politica externa Angolana mas positiva para o exercício da diplomacia de Angola. Apesar da interacção permanente da política e da diplomacia neste caso é possível separar, através de linhas de actuação.
Separando as águas «» a negatividade no que concerne a política externa de Angola faço referência a emancipação de Angola em casos de natureza política militar onde a exemplo da Cote D´ Ivoir Angola já experimentou o amago das rebeldias quando as premissas internas desses países fazem-se sob égide de armas, caso similar e permanente a do estado guineense.
Quanto a positividade que se deslumbra no campo diplomático, Angola pode tirar vantagens da situação pela operacionalidade dos seus canais diplomáticos, enquanto presidente na CPLP, incluindo a excelentes relações com países emergentes no contexto internacional como o Brasil e a China, para a projecção das suas posições na ONU, o que pode sobrepor a brecha diplomática promovida no seio dos golpistas Guineenses que através do seu porta-voz o tenente-coronel Daba Na Walna, não tem parado de promover uma imagem de arruaçaria e de bandidagem, que se pressupõe financiada pela droga, demostrando falta de visão estratégica. Pois como sabemos a Guiné Bissau enquanto país não tem pernas para andar pelos seus próprios pés económica e financeiramente, o que não faz sentido o mesmo vir a minar as saídas diplomáticas que lhe poderiam ser úteis.
A sua posição como militar radical e despreparado para um diálogo politico, como se deu na imprensa internacional, especificamente a quando da entrevista realizada e veiculada pelo canal de televisão português, no caso a RTP África (20/04/012), o tenente-coronel Daba Na Walna (jurista licenciado pela Faculdade de Direito de Bissau e mestre pela Faculdade de Direito de Lisboa), desperdiçou uma forte oportunidade de promover de forma diplomática as suas acções, onde a coerência seria a de por os interesses do povo enquanto parte integrante do estado soberano como primazia, entretanto, o mesmo teceu acusações contra o estado Angolano e o governo Português com base em argumentos revanchistas presos numa ideologia demagoga étnica, demostrando assim a comunidade internacional um total despreparo para o exercício politico e social.
Por cá, a boca rota, propaga-se como aventureira a nossa missão “MISSANG” na Guiné tendo em conta as nossas necessidades internas, uma vez que as nossas forças armadas ainda carecem de melhor assistência logística e social, principalmente aos desmobilizados, considerando acima deste facto os desafios socias que emergem a cada dia no nosso pais em reconstrução, o que faz muita gente desvalorizar a nossa participação sob titulo de ajuda ao povo Guineense.
Outrossim, é tido como positiva acção imediata do governo angolano a quando da retirada unilateral das nossas forças em missão na Guiné, uma vez que deste modo abarcamos com o risco de evolvermo-nos numa situação muito complicada, que certamente exigiria a sobreposição pela intervenção da nossa força militar.
Em suma, o que muito ainda tem por se dizer face aos riscos e factos que poderão ainda ocorrer com tal cenário na Guiné já pode-se prognosticar mais sofrimento para o seu povo.
Entretanto os sinais institucionais dado pelo povo guineense a quando da recente greve das administrações públicas (convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (SNTGB) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNT) através de um comunicado conjunto, apoiado pelos trabalhadores da administração pública) como manifesto da restituição do poder politico institucional e a recente negação da auto-eleição do então líder parlamentar para a presidência da república guineense (Manuel Serifo Nhamadjo, um dissidente do PAIGC que concorreu à primeira volta das presidenciais, a 18 de Março, e foi derrotado por Gomes Júnior, que agora iria disputar a segunda volta com Kumba Ialá) leva-nos a prognosticar que o governo angolano deverá activar apenas as suas estratégias do campo diplomático, sendo que duas acções poderão já estar em curso, uma deverá ser a dos bastidores, onde Angola deverá participar da integração dos países e organizações internacionais que de forma consensual repudiam e condenam a situação actual da Guiné bem como os seus actores.
No entanto, o caso mais recente (subversão da ordem democrática) ocorrido na Guiné Bissau contrariamente ao que muitos podem inventariar leva-nos a considerar como negativa para politica externa Angolana mas positiva para o exercício da diplomacia de Angola. Apesar da interacção permanente da política e da diplomacia neste caso é possível separar, através de linhas de actuação.
Separando as águas «» a negatividade no que concerne a política externa de Angola faço referência a emancipação de Angola em casos de natureza política militar onde a exemplo da Cote D´ Ivoir Angola já experimentou o amago das rebeldias quando as premissas internas desses países fazem-se sob égide de armas, caso similar e permanente a do estado guineense.
Quanto a positividade que se deslumbra no campo diplomático, Angola pode tirar vantagens da situação pela operacionalidade dos seus canais diplomáticos, enquanto presidente na CPLP, incluindo a excelentes relações com países emergentes no contexto internacional como o Brasil e a China, para a projecção das suas posições na ONU, o que pode sobrepor a brecha diplomática promovida no seio dos golpistas Guineenses que através do seu porta-voz o tenente-coronel Daba Na Walna, não tem parado de promover uma imagem de arruaçaria e de bandidagem, que se pressupõe financiada pela droga, demostrando falta de visão estratégica. Pois como sabemos a Guiné Bissau enquanto país não tem pernas para andar pelos seus próprios pés económica e financeiramente, o que não faz sentido o mesmo vir a minar as saídas diplomáticas que lhe poderiam ser úteis.
A sua posição como militar radical e despreparado para um diálogo politico, como se deu na imprensa internacional, especificamente a quando da entrevista realizada e veiculada pelo canal de televisão português, no caso a RTP África (20/04/012), o tenente-coronel Daba Na Walna (jurista licenciado pela Faculdade de Direito de Bissau e mestre pela Faculdade de Direito de Lisboa), desperdiçou uma forte oportunidade de promover de forma diplomática as suas acções, onde a coerência seria a de por os interesses do povo enquanto parte integrante do estado soberano como primazia, entretanto, o mesmo teceu acusações contra o estado Angolano e o governo Português com base em argumentos revanchistas presos numa ideologia demagoga étnica, demostrando assim a comunidade internacional um total despreparo para o exercício politico e social.
Por cá, a boca rota, propaga-se como aventureira a nossa missão “MISSANG” na Guiné tendo em conta as nossas necessidades internas, uma vez que as nossas forças armadas ainda carecem de melhor assistência logística e social, principalmente aos desmobilizados, considerando acima deste facto os desafios socias que emergem a cada dia no nosso pais em reconstrução, o que faz muita gente desvalorizar a nossa participação sob titulo de ajuda ao povo Guineense.
Outrossim, é tido como positiva acção imediata do governo angolano a quando da retirada unilateral das nossas forças em missão na Guiné, uma vez que deste modo abarcamos com o risco de evolvermo-nos numa situação muito complicada, que certamente exigiria a sobreposição pela intervenção da nossa força militar.
Em suma, o que muito ainda tem por se dizer face aos riscos e factos que poderão ainda ocorrer com tal cenário na Guiné já pode-se prognosticar mais sofrimento para o seu povo.
Entretanto os sinais institucionais dado pelo povo guineense a quando da recente greve das administrações públicas (convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (SNTGB) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNT) através de um comunicado conjunto, apoiado pelos trabalhadores da administração pública) como manifesto da restituição do poder politico institucional e a recente negação da auto-eleição do então líder parlamentar para a presidência da república guineense (Manuel Serifo Nhamadjo, um dissidente do PAIGC que concorreu à primeira volta das presidenciais, a 18 de Março, e foi derrotado por Gomes Júnior, que agora iria disputar a segunda volta com Kumba Ialá) leva-nos a prognosticar que o governo angolano deverá activar apenas as suas estratégias do campo diplomático, sendo que duas acções poderão já estar em curso, uma deverá ser a dos bastidores, onde Angola deverá participar da integração dos países e organizações internacionais que de forma consensual repudiam e condenam a situação actual da Guiné bem como os seus actores.
Ainda sobre este figurino, perpectiva-se que a ONU venha a condenar as acções dos insurgentes e autorize a criação de uma "força de manutenção da paz" ou "missão de estabilização" poderá ser integrada por miliitares da África Ocidental e dos países lusófonos, onde as tropas angolanas, já presentes na Guiné Bissau integrariam como parte de um acordo bilateral de cooperação.Por fim, podemos ainda apreender com este episódio sobre a necessidade da sociedade angolana estar mais habilitada para as ameaças externas, pois o facto de sermos um povo pacífico «» não nos exclui de susceptiveis ameaças externas. E que nos sirva de lição, antes de ser-mos bons samaritanos primeiro devemos rever as nossas próprias necessidades.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
NOVA AMEAÇA SOCIAL: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO INCORRECTO…
A condição da natureza humana pressupõe a permanente interacção entre os homens, denominada em meios académicos por sociabilidade. Em meu entender, a nossa condição de ser social, deve consistir na observância rigorosa do que é correctamente aceite no espaço público ou no meio social, refiro aos aspectos ligados a personalidade de cada um: comportamentos, emoções, e atitudes correctas.
Há alguns anos, eu tentava prognosticar qual seria no futuro, a posição daqueles que sempre romperam o campo da ética e da moral, violando princípios básicos do que é socialmente reconhecido e aceite como positivo, em detrimento da realização dos seus anseios individuais.
Numa linguagem menos formal, refiro-me a prática de acções caracterizadas pelo “cambalacho” «» expressão importada e massificada graças a veiculação de uma novela brasileira na década dos anos 90 pela nossa televisão pública de Angola “TPA”. O cambalacho a que me refiro, pode ser entendido pelas acções que promovem a corrupção, dando prioridade ao oportunismo egocêntrico.
Tal facto, pode ser identificada em várias vertentes, como exemplo, no caso da eleição de um candidato a uma determinada vaga de emprego, ou ainda pela conveniência do amiguismo ou por um outro interesse que viola os procedimentos preditos pela lei ou regulamentos: “ que apesar de ficar provada a competência do candidato, ele fica de fora, passa a miúda de boas pernas, esta é a escolhida” ou em outros casos o primo “D”…
No entanto, a questão da actual passa pela elevação da falta de educação que prolifera na nossa sociedade.
Argumentos infelizes têm se emancipado deixando para trás princípios básicos da educação doméstica. O adágio popular “parece que ele não tomou a sopa na mesa com os seus pais” parece ser substituído formalmente pelo dito: “não liga, isto é Angola…ou ainda, deixa estar e vamos fazer o quê, se este país esta mesmo assim…e agora acresce-se: a culpa é do governo... ou melhor...do executivo « »!”
No entanto, sem superar a habilidade daquele que já considerei o maior ilusionista do mundo “o mágico David Copperfield” (http://www.slideshare.net/espig/a-magica-de-david-copperfield) que no fim da década dos anos 80, confundiu-me, iludiu-me de que o mundo podia ser transformado em faz de conta, com apenas um estalar dos dedos, ou um simples sopro mágico.
Naquela época (da minha adolescência), eu achava que todos problemas sociais e não só, podiam ser resolvidos com um estalar de dedos do super David Copperfield. A meu entender ele devia ser o líder dos líderes, pois parecia ter a solução para todos os problemas que eram expostos, e resolvidos com soluções simples e práticas como: "um estalar de dedos, ou, o simples, a-drá-cá-dra-bá! ".
Enfim! O David desapareceu, quase como se alguém tivesse estalado os dedos, e eu cresci e encarei a realidade do mundo…
E então?! Por cá (...)?
Na realidade as coisas andam assim: a nível institucional a raiz do mal parece desenvolver novos tentáculos. É nesta perspectiva que começam a ser mais bem compreendidos aqueles que promovem as facilidades.
Actualmente, parece que o bom professor é aquele que não exige rigor sobre os seus alunos. Não é malaike aquele chefe que entende que o funcionário esteve na "Rav das Sem Saia Dental", no Domingo passado, e por isso hoje, segunda-feira, o chefe deve dar mole “facilitar”, entende-se não fiscalizar as acções com rigor, pois assim ele será considerado pelo grupo de funcionários, como o chefe fixe!
É assim, que os nossos compatriotas nas suas deslocações para o exterior vão promovendo de forma gratuita, e negativamente a imagem do país. Elogiam entusiasmados a forma ordeira que as pessoas perfilam para subir no autocarro, suportam a bicha da migração sem tentarem furar, e incitar a corrupção, reprovam nos textes e não acusam existir batota na selecção, enfim, respeitam as normas das instituições dos outros países! Mas uma vez cá (…) esquecem-se como que hipotenizados pela mágica de David Copperfield. Esquecem-se que é preciso estar ciente do respeito das normas sociais.
Esquecem-se que é necessário estarmos conscientes que a boa convivência parte sempre do respeito ao próximo, e isto, só é possível quando activamos os nossos princípios educacionais.
Por outro lado, somos nós próprios enquanto cidadãos que promove-mos a nossa imagem, a imagem do nosso país, pois uma vez fora das nossas fronteiras somos auto-designados embaixadores da nossa pátria.
Acima de tudo que foi proposto a reflectir, cá na banda, parece que o incorrecto começa a ser formalizado como se fosse o admissivelmente correcto.
É preciso formular-mos uma estrátegia para a mudança de paradigma. Vai ver que mais dias, menos dias, ainda somos surpreendidos pela inversão da lógica matemática… e ai, o resultado da adição de 1+1 já não será=2. Tudo porque, alguém usou a frase potencialmente incorrecta do deixa lá…isto mesmo já anda tudo lixado « » (…) sem esquecer que a culpa é do governo, ou melhor do executivo (…)… E assim, vamos indo. Por cá e por lá, promovendo a institucionalização do incorrecto, haja ciência (...)!
Há alguns anos, eu tentava prognosticar qual seria no futuro, a posição daqueles que sempre romperam o campo da ética e da moral, violando princípios básicos do que é socialmente reconhecido e aceite como positivo, em detrimento da realização dos seus anseios individuais.
Numa linguagem menos formal, refiro-me a prática de acções caracterizadas pelo “cambalacho” «» expressão importada e massificada graças a veiculação de uma novela brasileira na década dos anos 90 pela nossa televisão pública de Angola “TPA”. O cambalacho a que me refiro, pode ser entendido pelas acções que promovem a corrupção, dando prioridade ao oportunismo egocêntrico.
Tal facto, pode ser identificada em várias vertentes, como exemplo, no caso da eleição de um candidato a uma determinada vaga de emprego, ou ainda pela conveniência do amiguismo ou por um outro interesse que viola os procedimentos preditos pela lei ou regulamentos: “ que apesar de ficar provada a competência do candidato, ele fica de fora, passa a miúda de boas pernas, esta é a escolhida” ou em outros casos o primo “D”…
No entanto, a questão da actual passa pela elevação da falta de educação que prolifera na nossa sociedade.
Argumentos infelizes têm se emancipado deixando para trás princípios básicos da educação doméstica. O adágio popular “parece que ele não tomou a sopa na mesa com os seus pais” parece ser substituído formalmente pelo dito: “não liga, isto é Angola…ou ainda, deixa estar e vamos fazer o quê, se este país esta mesmo assim…e agora acresce-se: a culpa é do governo... ou melhor...do executivo « »!”
No entanto, sem superar a habilidade daquele que já considerei o maior ilusionista do mundo “o mágico David Copperfield” (http://www.slideshare.net/espig/a-magica-de-david-copperfield) que no fim da década dos anos 80, confundiu-me, iludiu-me de que o mundo podia ser transformado em faz de conta, com apenas um estalar dos dedos, ou um simples sopro mágico.
Naquela época (da minha adolescência), eu achava que todos problemas sociais e não só, podiam ser resolvidos com um estalar de dedos do super David Copperfield. A meu entender ele devia ser o líder dos líderes, pois parecia ter a solução para todos os problemas que eram expostos, e resolvidos com soluções simples e práticas como: "um estalar de dedos, ou, o simples, a-drá-cá-dra-bá! ".
Enfim! O David desapareceu, quase como se alguém tivesse estalado os dedos, e eu cresci e encarei a realidade do mundo…
E então?! Por cá (...)?
Na realidade as coisas andam assim: a nível institucional a raiz do mal parece desenvolver novos tentáculos. É nesta perspectiva que começam a ser mais bem compreendidos aqueles que promovem as facilidades.
Actualmente, parece que o bom professor é aquele que não exige rigor sobre os seus alunos. Não é malaike aquele chefe que entende que o funcionário esteve na "Rav das Sem Saia Dental", no Domingo passado, e por isso hoje, segunda-feira, o chefe deve dar mole “facilitar”, entende-se não fiscalizar as acções com rigor, pois assim ele será considerado pelo grupo de funcionários, como o chefe fixe!
É assim, que os nossos compatriotas nas suas deslocações para o exterior vão promovendo de forma gratuita, e negativamente a imagem do país. Elogiam entusiasmados a forma ordeira que as pessoas perfilam para subir no autocarro, suportam a bicha da migração sem tentarem furar, e incitar a corrupção, reprovam nos textes e não acusam existir batota na selecção, enfim, respeitam as normas das instituições dos outros países! Mas uma vez cá (…) esquecem-se como que hipotenizados pela mágica de David Copperfield. Esquecem-se que é preciso estar ciente do respeito das normas sociais.
Esquecem-se que é necessário estarmos conscientes que a boa convivência parte sempre do respeito ao próximo, e isto, só é possível quando activamos os nossos princípios educacionais.
Por outro lado, somos nós próprios enquanto cidadãos que promove-mos a nossa imagem, a imagem do nosso país, pois uma vez fora das nossas fronteiras somos auto-designados embaixadores da nossa pátria.
Acima de tudo que foi proposto a reflectir, cá na banda, parece que o incorrecto começa a ser formalizado como se fosse o admissivelmente correcto.
É preciso formular-mos uma estrátegia para a mudança de paradigma. Vai ver que mais dias, menos dias, ainda somos surpreendidos pela inversão da lógica matemática… e ai, o resultado da adição de 1+1 já não será=2. Tudo porque, alguém usou a frase potencialmente incorrecta do deixa lá…isto mesmo já anda tudo lixado « » (…) sem esquecer que a culpa é do governo, ou melhor do executivo (…)… E assim, vamos indo. Por cá e por lá, promovendo a institucionalização do incorrecto, haja ciência (...)!
terça-feira, 3 de abril de 2012
PAZ NA PAZ: ANGOLA 10 ANOS DE PAZ. PARTICULARIDADES E SIMILARIDADES
Foi difícil alcançar a paz. Não transporto apenas a lembrança do comunicado proferido no jornal das 20:00 Horas emitido pela Rádio Difusão de Angola, que dava conta das fortes expectativas para o fim da guerra civil em Angola. Eu tinha as minhas razões para esboçar um sorriso e exteriorizar um “VIVA” saudável mesmo dentro do carro o qual me fazia transportar.
Ainda me lembro da força mágica do poder da mente humana que em pouco tempo resgatou inúmeras imagens do que podia ter sido a minha vida se aquela maldita guerra civil não tivesse existido. Certamente, não teria experimentado as inúmeras dificuldades de varia ordem que um adolescente tem de passar quando se apercebe que a desgraça dos seus progenitores é promovida por um mal chamado “GUERRA”.
Uma guerra que anulou uma vida de intenso trabalho, meu falecido pai que infelizmente não teve oportunidade de viver até o alcance da “BENDITA PAZ”, não suportou os inúmeros dessareis que os efeitos da guerra andaram a lhe proporcionar.
Camiões queimados, lojas sabotadas e destruídas, mercadorias queimadas. O elevado prejuízo que meu falecido pai viveu teve sempre um culpado e plenamente identificado, chamava-se “GUERRA”!
Foi também esta mesma maldita guerra que ceifou a vida dos meus queridos tios, primos que em muitas ocasiões foram apanhados em emboscadas e chacinados a sangue frio ou sei lá…apercebia-me dos horríveis cenários promovidos pela maldita “GUERRA” pelos rostos de sofrimento das minhas tias, da minha falecida mãe, do meu querido e falecido pai, quando em pranto reuniam-se para o óbito de um dos muito mortos provocados pela maldita “GUERRA” cujo corpo em muitas ocasiões não aparecia para se prestar a última homenagem. Em muitas ocasiões aqueles corpos eram substituídos apenas por fotografias a preto e branco.
A maldita “GUERRA” foi a maior promotora de cenas que causam traumas, foi ela que fez o meu falecido pai morrer duas vezes. Uma num ataque perpetrado no município do Golungo-alto na província do Kwanza Norte, e outra num outro ataque no famoso morro do Binda.
Nas duas ocasiões a minha família ensaiou o óbito do meu falecido pai, que aparecerá primeiro através das noticias do boca-boca do ouvi dizer, e seguidamente por meio de um telefonema onde acabava por confirmar o seu estado.
Enfim, tal como eu que me vi forçado a engrenar nas mais difíceis fases de engenharia da vida, certamente inúmeras pessoas viveram o horror da “GUERRA” de diferente forma.
Talvez seja a ocasião destas pessoas passarem o testemunho factual dos efeitos da “GUERRA” apesar de que na actualidade, o mundo ainda estar repleto de cenários de desgraça promovidos pela “GUERRA”. É só vermos os rastros de destruição deixados pela maldita “GUERRA DO IRAQUE, DA LIBIA, DA SIRIA, CONGO DEMÓCRATICO, ATÉ MESMO NO EGIPTO”.
Muitos são os que pedem para se apelar a tolerância, “CONCORDO PLENAMENTE” mais sou de opinião que os simples “DEZ ANOS” de paz que agora comemoramos não devem servir apenas de reflexão das conquistas sociais que alcançamos: mais escolas, estradas, hospitais, pontes, casas etc.
É preciso acima disto encarar estratégias que nos levam a alcançar um objectivo concreto: o de “MANTER A PAZ, COM PAZ”.
Acredito que não sou o único insatisfeito com o estado social das coisas. O meu emprego na função pública também me paga mal (alegam que a culpa é da maldita reconversão que nunca chega), vivo sem energia 24/24 horas, sem água potável, com bacias de lagoas em frente a casa, que mais parecem lagos artificiais, no meu bairro as casas que tem torneiras servem apenas para lembrar que são objectos onde devia se retirar a água para os distintos fins, vivo num bairro onde a pobreza é sinonimo de força e esperança do dia melhor, lá todos somos zungueiros!
Entretanto, é preciso reconhecer que o tempo não para. O tempo passa e com ele vem outras e novas fases, o meu sobrinho que lhe vi nascer enquanto eu experimentava os meandros da juventude, hoje já é um homem.
Enfim, apesar de tanta coisa por fazer, é preciso lembrarmo-nos permanentemente que a “A PAZ SÓ TRAZ BENEFICIOS QUANDO SE VIVE COM PAZ” por isso é imperioso dotarmos toda sociedade de formas e métodos de promoção da “PAZ COM PAZ” este é o principal desafio da actualidade após consumirmos “DEZ ANOS DE PAZ” pois “DEZ ANOS DE PAZ AINDA NÃO REPRESENTAM DEZ ANOS DE GLÓRIA DE PAZ”.
Acima de tudo é preciso assumirmos todos juntos o compromisso de darmos “PAZ NA PAZ” pois como na matemática “PAZ COM PAZ CERTAMENTE SERÁ IGUAL A MAIS PAZ”.
In memorial dos meus falecidos pais (Francisco F. R. dos Santos e Filomena F. José dos Santos)
Ainda me lembro da força mágica do poder da mente humana que em pouco tempo resgatou inúmeras imagens do que podia ter sido a minha vida se aquela maldita guerra civil não tivesse existido. Certamente, não teria experimentado as inúmeras dificuldades de varia ordem que um adolescente tem de passar quando se apercebe que a desgraça dos seus progenitores é promovida por um mal chamado “GUERRA”.
Uma guerra que anulou uma vida de intenso trabalho, meu falecido pai que infelizmente não teve oportunidade de viver até o alcance da “BENDITA PAZ”, não suportou os inúmeros dessareis que os efeitos da guerra andaram a lhe proporcionar.
Camiões queimados, lojas sabotadas e destruídas, mercadorias queimadas. O elevado prejuízo que meu falecido pai viveu teve sempre um culpado e plenamente identificado, chamava-se “GUERRA”!
Foi também esta mesma maldita guerra que ceifou a vida dos meus queridos tios, primos que em muitas ocasiões foram apanhados em emboscadas e chacinados a sangue frio ou sei lá…apercebia-me dos horríveis cenários promovidos pela maldita “GUERRA” pelos rostos de sofrimento das minhas tias, da minha falecida mãe, do meu querido e falecido pai, quando em pranto reuniam-se para o óbito de um dos muito mortos provocados pela maldita “GUERRA” cujo corpo em muitas ocasiões não aparecia para se prestar a última homenagem. Em muitas ocasiões aqueles corpos eram substituídos apenas por fotografias a preto e branco.
A maldita “GUERRA” foi a maior promotora de cenas que causam traumas, foi ela que fez o meu falecido pai morrer duas vezes. Uma num ataque perpetrado no município do Golungo-alto na província do Kwanza Norte, e outra num outro ataque no famoso morro do Binda.
Nas duas ocasiões a minha família ensaiou o óbito do meu falecido pai, que aparecerá primeiro através das noticias do boca-boca do ouvi dizer, e seguidamente por meio de um telefonema onde acabava por confirmar o seu estado.
Enfim, tal como eu que me vi forçado a engrenar nas mais difíceis fases de engenharia da vida, certamente inúmeras pessoas viveram o horror da “GUERRA” de diferente forma.
Talvez seja a ocasião destas pessoas passarem o testemunho factual dos efeitos da “GUERRA” apesar de que na actualidade, o mundo ainda estar repleto de cenários de desgraça promovidos pela “GUERRA”. É só vermos os rastros de destruição deixados pela maldita “GUERRA DO IRAQUE, DA LIBIA, DA SIRIA, CONGO DEMÓCRATICO, ATÉ MESMO NO EGIPTO”.
Muitos são os que pedem para se apelar a tolerância, “CONCORDO PLENAMENTE” mais sou de opinião que os simples “DEZ ANOS” de paz que agora comemoramos não devem servir apenas de reflexão das conquistas sociais que alcançamos: mais escolas, estradas, hospitais, pontes, casas etc.
É preciso acima disto encarar estratégias que nos levam a alcançar um objectivo concreto: o de “MANTER A PAZ, COM PAZ”.
Acredito que não sou o único insatisfeito com o estado social das coisas. O meu emprego na função pública também me paga mal (alegam que a culpa é da maldita reconversão que nunca chega), vivo sem energia 24/24 horas, sem água potável, com bacias de lagoas em frente a casa, que mais parecem lagos artificiais, no meu bairro as casas que tem torneiras servem apenas para lembrar que são objectos onde devia se retirar a água para os distintos fins, vivo num bairro onde a pobreza é sinonimo de força e esperança do dia melhor, lá todos somos zungueiros!
Entretanto, é preciso reconhecer que o tempo não para. O tempo passa e com ele vem outras e novas fases, o meu sobrinho que lhe vi nascer enquanto eu experimentava os meandros da juventude, hoje já é um homem.
Enfim, apesar de tanta coisa por fazer, é preciso lembrarmo-nos permanentemente que a “A PAZ SÓ TRAZ BENEFICIOS QUANDO SE VIVE COM PAZ” por isso é imperioso dotarmos toda sociedade de formas e métodos de promoção da “PAZ COM PAZ” este é o principal desafio da actualidade após consumirmos “DEZ ANOS DE PAZ” pois “DEZ ANOS DE PAZ AINDA NÃO REPRESENTAM DEZ ANOS DE GLÓRIA DE PAZ”.
Acima de tudo é preciso assumirmos todos juntos o compromisso de darmos “PAZ NA PAZ” pois como na matemática “PAZ COM PAZ CERTAMENTE SERÁ IGUAL A MAIS PAZ”.
In memorial dos meus falecidos pais (Francisco F. R. dos Santos e Filomena F. José dos Santos)
quinta-feira, 29 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
A ORIGEM II, ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS NO MUNDO
Bento José dos Santos
Espalhadas pelo mundo as organizações criminosas desenvolveram vários perfis em termos de estrutura, modo de actuação, finalidades e sectores da sociedade, compreendendo inclusive as relações de classe. A retrospectiva histórica quando acompanhada do estudo da cultura local, evolução socioeconómica e política serve para mostrar a capacidade de metamorfose do fenómeno criminal, tornando não apenas este ou aquele grupo específico, mas o objecto de estudo, como fenómeno que transcende as conjunturas, passando a apresentar-se com actores novos, num cenário novo, com enredos velhos.
É o caso do mafioso associado ao homem do campo ou do subúrbio, substituído pelo homem de instrução, político ou empresário.
Porém, é preciso que certas tradições culturais resistam ao tempo, para que haja contexto propício, no qual, grupos sociais possam transformar-se, fazendo parte de um momento histórico. Ao observar esse processo, na Itália, foi possível perceber semelhanças entre outros lugares como Rússia, Estados Unidos e Brasil.
A literatura folclórica, por exemplo, insiste em colocar o coronelismo como sinónimo de ética, honra, assim como poder político e social. A literatura desenvolvida sobre o tema não se interessou em mostrar que, além da presença marcante do coronelismo nas mais altas esferas da política brasileira, foi também sustentáculo do histórico populismo-oligárquico e anti-democrático que se vivia naquele país em períodos ditatoriais.
O coronelismo vivido no brazil na época, salvo algumas excepções, foi reduzido a uma relação na qual, o banditismo social promoveu o fenómeno do crime. Em outras paragens, na Sicília, os interesses das classes dominantes evoluíram numa versão vulgar, reproduzida como prato-feito para degustação intelectual dos jovens nas ruas, praças ou nas escolas.
Esta versão coloca o movimento do poder paralelo como um mero acto de criminosos andarilhos que, agindo em grupo, cometeram crimes hediondos, desesperando as populações dos bairros por onde passavam, ameaçando com isso, a paz social.
No entanto, este fenómeno tão complexo que viria a assombrar as sociedades pelo mundo foi reduzido a um facto sem historicidade. A máfia na Sicília, o coronelismo no nordeste brasileiro e o banditismo cá por Angola são fenómenos similares aos decorrentes em qualquer sociedade no mundo.
Dizer que o crime é resultado de uma sociedade injusta, explica muito pouco o problema, visto que, quanto mais o crime se organiza mais ele desestabiliza a sociedade da qual se julga produto. É preciso perguntar então, se é o crime resultado de uma sociedade injusta ou se uma sociedade é injusta porque o crime existe, e penetra em todas as esferas das relações de poder, reduzindo a possibilidade de uma sociedade mais justa.
De modo geral, a partir da relação entre a formação do Estado moderno e grupos sociais distintos, podemos afirmar que, os grupos organizados que poderiam ser apontados como típico banditismo social de um capitalismo em formação, seja nas classes subalternas ou dominantes, muitas vezes não formavam redes apenas num domínio especificamente doméstico.
As acções colectivas sempre foram organizadas por ordens. Ordens religiosas, às vezes secretas, inclusive pautadas nos princípios da caridade e amor ao próximo, implantaram as primeiras raízes do que viria ser no século XX o Estado do bem-estar social.
A questão é que a diversidade de ordens sempre esteve relacionada à diversidade de actuações. Das ordens beneméritas aos exércitos particulares, chegando aos grupos ou gangs. No entanto, mesmo perante as ordens que sempre normalizaram as sociedades, mesmo muito antes que qualquer modelo de Estado, assiste-se uma estruturação sombra que dá origem as organizações criminosas pelo mundo.
A análise da relação entre Estado e Sociedade pode nos remeter a dois níveis de indagação. O primeiro, a respeito de quando começa a haver uma penetração do poder do Estado, no sentido histórico-cultural, de coagir o comportamento humano, efectivando o que N. Elias chamou de processo civilizador. Ao mesmo tempo, um segundo nível de questionamento torna-se fundamental, ou seja, em que medida o Estado tem poder de penetrar, influir, modificar e consolidar formas de comportamento que podem se manifestar nas condutas individuais e na teia elástica do micro das relações sociais da vida quotidiana.
Perante a tal reflexão, não resistimos a tentação de estudar a origem de algumas organizações pelo mundo (continua ao longo da semana), tal facto poderá dar-nos visão mais esclarecedora no que tange a existência de organizações criminosas cá na nossa praça.
Já agora duas questões se levantam, o que achas…em Angola existe organizações criminosas?!!!
Organizações criminosas em Angola realidade ou ficção?!
É o caso do mafioso associado ao homem do campo ou do subúrbio, substituído pelo homem de instrução, político ou empresário.
Porém, é preciso que certas tradições culturais resistam ao tempo, para que haja contexto propício, no qual, grupos sociais possam transformar-se, fazendo parte de um momento histórico. Ao observar esse processo, na Itália, foi possível perceber semelhanças entre outros lugares como Rússia, Estados Unidos e Brasil.
A literatura folclórica, por exemplo, insiste em colocar o coronelismo como sinónimo de ética, honra, assim como poder político e social. A literatura desenvolvida sobre o tema não se interessou em mostrar que, além da presença marcante do coronelismo nas mais altas esferas da política brasileira, foi também sustentáculo do histórico populismo-oligárquico e anti-democrático que se vivia naquele país em períodos ditatoriais.
O coronelismo vivido no brazil na época, salvo algumas excepções, foi reduzido a uma relação na qual, o banditismo social promoveu o fenómeno do crime. Em outras paragens, na Sicília, os interesses das classes dominantes evoluíram numa versão vulgar, reproduzida como prato-feito para degustação intelectual dos jovens nas ruas, praças ou nas escolas.
Esta versão coloca o movimento do poder paralelo como um mero acto de criminosos andarilhos que, agindo em grupo, cometeram crimes hediondos, desesperando as populações dos bairros por onde passavam, ameaçando com isso, a paz social.
No entanto, este fenómeno tão complexo que viria a assombrar as sociedades pelo mundo foi reduzido a um facto sem historicidade. A máfia na Sicília, o coronelismo no nordeste brasileiro e o banditismo cá por Angola são fenómenos similares aos decorrentes em qualquer sociedade no mundo.
Dizer que o crime é resultado de uma sociedade injusta, explica muito pouco o problema, visto que, quanto mais o crime se organiza mais ele desestabiliza a sociedade da qual se julga produto. É preciso perguntar então, se é o crime resultado de uma sociedade injusta ou se uma sociedade é injusta porque o crime existe, e penetra em todas as esferas das relações de poder, reduzindo a possibilidade de uma sociedade mais justa.
De modo geral, a partir da relação entre a formação do Estado moderno e grupos sociais distintos, podemos afirmar que, os grupos organizados que poderiam ser apontados como típico banditismo social de um capitalismo em formação, seja nas classes subalternas ou dominantes, muitas vezes não formavam redes apenas num domínio especificamente doméstico.
As acções colectivas sempre foram organizadas por ordens. Ordens religiosas, às vezes secretas, inclusive pautadas nos princípios da caridade e amor ao próximo, implantaram as primeiras raízes do que viria ser no século XX o Estado do bem-estar social.
A questão é que a diversidade de ordens sempre esteve relacionada à diversidade de actuações. Das ordens beneméritas aos exércitos particulares, chegando aos grupos ou gangs. No entanto, mesmo perante as ordens que sempre normalizaram as sociedades, mesmo muito antes que qualquer modelo de Estado, assiste-se uma estruturação sombra que dá origem as organizações criminosas pelo mundo.
A análise da relação entre Estado e Sociedade pode nos remeter a dois níveis de indagação. O primeiro, a respeito de quando começa a haver uma penetração do poder do Estado, no sentido histórico-cultural, de coagir o comportamento humano, efectivando o que N. Elias chamou de processo civilizador. Ao mesmo tempo, um segundo nível de questionamento torna-se fundamental, ou seja, em que medida o Estado tem poder de penetrar, influir, modificar e consolidar formas de comportamento que podem se manifestar nas condutas individuais e na teia elástica do micro das relações sociais da vida quotidiana.
Perante a tal reflexão, não resistimos a tentação de estudar a origem de algumas organizações pelo mundo (continua ao longo da semana), tal facto poderá dar-nos visão mais esclarecedora no que tange a existência de organizações criminosas cá na nossa praça.
Já agora duas questões se levantam, o que achas…em Angola existe organizações criminosas?!!!
Organizações criminosas em Angola realidade ou ficção?!
quarta-feira, 14 de março de 2012
O POSICIONAMENTO SOCIAL FACE A ORIGEM DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Bento José dos Santos
A busca permanente para solucionar questões de índole social cai no rótulo, ninguém tem uma proposta abrangente e acabada para resolver de vez o problema da criminalidade. O que se pode dizer, com certeza, é que pelo mundo, ela vem crescendo de forma assustadora nas últimas duas décadas, acima de qualquer parâmetro de razoabilidade ou comparação com a média das nações.
Os distintos extractos sociais, mormente os intelectuais, procuram a solução e as respostas, invariavelmente, serão sempre as mesmas: mais educação, combate às desigualdades sociais, melhoria no sistema judicial, criação de sistema prisional que realmente reeduque e reabilite os criminosos, justiça ágil e eficiente, policiais com alto nível de profissionalismo e eficiência e vai por aí afora.
Aparentemente todas estas soluções são de médio e longo prazo, algumas até inviáveis para um país no estágio de desenvolvimento como o nosso.
Torna-se evidente que a sociedade não conhece como exterminar a criminalidade de imediato. Mas podemos identificar alguns aspectos que têm contribuído para aumentá-la. O principal é a impunidade. E esta tem relação directa com alguns mitos e tabus que, entre nós, se alimentam em relação ao crime. Dois, entre eles, são: 1 – a inimputabilidade penal dos criminosos menores de 18 anos e, 2 – a mística de que os bandidos são mais vítimas do que agressores da sociedade.
Para encontrar a origem das organizações criminosas em qualquer tempo ou lugar é necessário fazer um estudo histórico-antropológico e político de grande envergadura. Isto porque a maneira como o crime irá se manifestar em cada lugar está muito vinculada à trilogia: história, cultura e política. Seguindo esta ideia, talvez outros pontos comuns que possamos encontrar nestas origens sejam a necessidade de compreender como se estabelece a relação entre os estados e ordenamento social para efeito de início e orientação do estudo.
O conceito de processo socializador é um bom começo para o entendimento do problema. O antigo e permanente conflito entre ética e instinto, abre o espaço e concorre, ao mesmo tempo, em que se dá a formação do estado moderno a revelação da necessidade do estado em abarcar todas as relações sociais, sob manto de normas.
Esse projecto parece “falhar” em certos momentos tanto para indivíduos como para subgrupos em sociedades inteiras, particularmente na nossa sociedade.
É preciso ter conta também a transição da conquista da liberdade face ao colonialismo e o período de guerra civil até ao alcance da paz cá em Angola.
A implantação de um estado moderno num contexto em que as razões de estado entrelaçam-se com razões particulares, resistentes ao novo modelo de sociedade cujo ordenamento político-jurídido estava a começar a surgir, sugere a mesma problemática que Hobbes estava a debater no século XVII, quando afirmou que “em todos os lugares onde os homens viviam em pequenas famílias, roubar-se e espoliar-se uns aos outros sempre foi uma ocupação legítima, e tão longe de ser considerada contrária à lei de natureza que quanto maior era espoliação conseguida maior era a honra adquirida” (1997, p.141).
É num contexto como esse, de relações sociais pautadas em princípios fortemente tradicionais que surge uma justiça extra-legal, no sentido de não ser ajustada ao tipo de profissionalismo burocrático, regido por princípios como o da imparcialidade e soberania da Lei. Mas é uma ideia de justiça que permanece resquício de tradições familiares, códigos de honra e valores morais que vão orientando a efectivação da justiça paralela para a nossa sociedade.
A informalidade dos padrões de uma burguesia em ascensão se estende ao crime devido até mesmo a necessidade de manter certas formas de relacionamentos. E quando os padrões culturais e de consumo burgueses se tornam objecto do crime, ele tende a se organizar nos termos em que conhecemos hoje.
A busca permanente para solucionar questões de índole social cai no rótulo, ninguém tem uma proposta abrangente e acabada para resolver de vez o problema da criminalidade. O que se pode dizer, com certeza, é que pelo mundo, ela vem crescendo de forma assustadora nas últimas duas décadas, acima de qualquer parâmetro de razoabilidade ou comparação com a média das nações.
Os distintos extractos sociais, mormente os intelectuais, procuram a solução e as respostas, invariavelmente, serão sempre as mesmas: mais educação, combate às desigualdades sociais, melhoria no sistema judicial, criação de sistema prisional que realmente reeduque e reabilite os criminosos, justiça ágil e eficiente, policiais com alto nível de profissionalismo e eficiência e vai por aí afora.
Aparentemente todas estas soluções são de médio e longo prazo, algumas até inviáveis para um país no estágio de desenvolvimento como o nosso.
Torna-se evidente que a sociedade não conhece como exterminar a criminalidade de imediato. Mas podemos identificar alguns aspectos que têm contribuído para aumentá-la. O principal é a impunidade. E esta tem relação directa com alguns mitos e tabus que, entre nós, se alimentam em relação ao crime. Dois, entre eles, são: 1 – a inimputabilidade penal dos criminosos menores de 18 anos e, 2 – a mística de que os bandidos são mais vítimas do que agressores da sociedade.
Para encontrar a origem das organizações criminosas em qualquer tempo ou lugar é necessário fazer um estudo histórico-antropológico e político de grande envergadura. Isto porque a maneira como o crime irá se manifestar em cada lugar está muito vinculada à trilogia: história, cultura e política. Seguindo esta ideia, talvez outros pontos comuns que possamos encontrar nestas origens sejam a necessidade de compreender como se estabelece a relação entre os estados e ordenamento social para efeito de início e orientação do estudo.
O conceito de processo socializador é um bom começo para o entendimento do problema. O antigo e permanente conflito entre ética e instinto, abre o espaço e concorre, ao mesmo tempo, em que se dá a formação do estado moderno a revelação da necessidade do estado em abarcar todas as relações sociais, sob manto de normas.
Esse projecto parece “falhar” em certos momentos tanto para indivíduos como para subgrupos em sociedades inteiras, particularmente na nossa sociedade.
É preciso ter conta também a transição da conquista da liberdade face ao colonialismo e o período de guerra civil até ao alcance da paz cá em Angola.
A implantação de um estado moderno num contexto em que as razões de estado entrelaçam-se com razões particulares, resistentes ao novo modelo de sociedade cujo ordenamento político-jurídido estava a começar a surgir, sugere a mesma problemática que Hobbes estava a debater no século XVII, quando afirmou que “em todos os lugares onde os homens viviam em pequenas famílias, roubar-se e espoliar-se uns aos outros sempre foi uma ocupação legítima, e tão longe de ser considerada contrária à lei de natureza que quanto maior era espoliação conseguida maior era a honra adquirida” (1997, p.141).
É num contexto como esse, de relações sociais pautadas em princípios fortemente tradicionais que surge uma justiça extra-legal, no sentido de não ser ajustada ao tipo de profissionalismo burocrático, regido por princípios como o da imparcialidade e soberania da Lei. Mas é uma ideia de justiça que permanece resquício de tradições familiares, códigos de honra e valores morais que vão orientando a efectivação da justiça paralela para a nossa sociedade.
A informalidade dos padrões de uma burguesia em ascensão se estende ao crime devido até mesmo a necessidade de manter certas formas de relacionamentos. E quando os padrões culturais e de consumo burgueses se tornam objecto do crime, ele tende a se organizar nos termos em que conhecemos hoje.
Se nas origens, a referência não foi necessariamente uma classe e sim a riqueza; como consequência, opulência, poder, a estabilidade transforma-se em ambições a serem conquistadas a qualquer preço.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E OS INTERESSES DOS ESTADOS
Bento José dos Santos
- Até que ponto a população de um determinado país, está inteirada sobre os métodos, tácticas e estratégias dos estados fazerem politica externa, no que concerne o interesse de um estado sobre outro?
- Até que ponto a população de um determinado país, está inteirada sobre os métodos, tácticas e estratégias dos estados fazerem politica externa, no que concerne o interesse de um estado sobre outro?
- Até que ponto a população de um determinado estado, está inteirada dos riscos, das ameaças das oportunidades e forças que um estado pode exercer sobre outro?
- Quanto aos meios de comunicação social, os amplificadores das liberdades e libertinagens, até que ponto a liberdade editorial é um facto, perante aos interesses dos estados?
- A quem realmente interessa ver publicada materiais que denigrem a imagem do seu país em jornais estrangeiros?
- Até ponto os editores (estrangeiros) de tais materiais estão realmente desprovidos de qualquer forma clássica do método da manipulação da informação, cujo pendor integra os fóruns políticos, perspectivando a curto prazo adeptos internos no seio das associações civis e políticas?
Talvez começaríamos a debruçar sobre as questões expostas, recorrendo ao pendor legislativo, esgrimido argumentos da constituição, da carta magna etc, etc… que ao meu entender, com uma das mãos dá… e com outra, tira!
Por isso, acho melhor esgrimir sob realidades factuais: - por exemplo…qual é a dimensão da cobertura mediática da viagem de Ban Ki-Moon em África, particularmente em Angola. Em que periódicos internacionais, ou cadeias televisivas tal facto foi ou esta a ser difundido?
Será que a deslocação de Ban Ki-Mon, secretário-geral das Nações Unidas pela primeira vez na África Austral não representa relevância suficiente para as linhas editoriais dos órgãos de comunicação social internacionais?
Afinal o quê, que transforma os meios de comunicação social, como supostos donos da verdade… - a promessa do dia melhor, ou do amanhã perfeito?!
Perante as tais questões, uma realidade subjectiva domina minha consciência. Os governos precisam apostar mais na educação da sua população. Só tendo uma população detentora de conhecimentos, cada nação poderá estar preparada para abortar campanhas de fóruns políticos, cujo resultado visa a curto prazo promover objectivos obscuros, como por exemplo a emancipação da nova forma da política ocidental imperialista, que se pauta no controlo económico e militar dos países mais fracos, impingindo seus ideais oportunistas.
Neste âmbito, são vários os meios de comunicação social que são usados como veículos estratégicos para lançar campanhas politicas internacionais, o que pode ser claramente identificado no conteúdo das matérias publicadas por estes órgãos, que dão primazia aos conteúdos sensacionalistas, amplificando boatos, cujo objectivo final é promover a instabilidade social em outros países.
Acima disto, é preciso haver um compromisso mais acentuado, sob todos aqueles que apegam-se na política como sua actividade quotidiana, por formas a não porem em risco a soberania dos seus países e a vida dos seus povos, uma vez que os meios de comunicação social não sobrepõem os interesses dos estados, isto em nenhuma nação, apesar de que na actualidade de propagar o contrário.
domingo, 1 de janeiro de 2012
2012-PRENÚNCIO DA ERA DA VALORIZAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL ANGOLANO?!
“Após consumirmos dez (10) anos de paz, nós angolanos, notamos que este período parece ainda não ser o suficiente para por cobro aos nossos distintos anseios”.
Por: Bento José dos Santos
Com a conquista da paz constatamos uma reformulação nos nossos anseios, receios, realidades e também sobre as nossas ameaças e desafios…
No entanto uma certeza consolidou-se, faz referência a grande realidade objectiva e concreta que a paz nos fez experimentar até agora, é certamente a sua força estratégica de permitir a criação do desenvolvimento social, politico, económico, entre outros. Quando um estado conquista a paz, simetricamente, caminha para o desenvolvimento.
Perante a um cenário de perspectivas ambiciosas a nível mundial, a realidade angolana não se dissocia das inúmeras alterações sociais que ocorrem pelo mundo.
Um mundo que actualmente parece ser guiado pela economia de mercado, onde cada nação tenta massificar a sua liderança com políticas integradoras que procuram transpor barreiras: sociais, culturais, geopolíticas, longitudinais; com a ânsia de uma solução genérica e pacificadora a nível global.
Dado a tão ambicioso objectivo os distintos sectores da economia vão se alterando progressivamente, face a nova realidade de incertezas, alimentadas pelo desconhecimento do futuro. O futuro que a todos preocupa e que todos desconhecem.
É nesta frenética e intangível busca pelo conhecimento do amanhã, que surge a necessidade de realçar o conhecimento do capital intelectual.
Isso significa que o mercado está a moldar as instituições e as empresas, direccionando-as a adaptarem-se, devendo para tal terem a capacidade de transformar o conhecimento em fonte geradora de riqueza; isto pode ser através da inovação dos produtos ou serviços.
A fórmula consiste em ter no seu quadro de pessoal profissionais competentes, capazes de diagnosticar e dar tratamento nos dados do mercado de forma eficaz, de maneira a se encontrar soluções concretas para a resolução dos distintos problemas que se incidem sobre as organizações através do dinamismo social.
Vários aspectos devem-se ter em conta na busca de quadros competentes, para tal, é necessário ter em atenção questões de âmbito político e social. Por exemplo, para postos estratégicos é preciso desenhar-se perfis de quadros com cariz patriótico. Assim anula-se o risco da invasão silenciosa de quadros disfarçados de boas intentonas assessoriais.
O desafio que o mercado angolano experimenta transporta a transição de uma sociedade artesanal para uma sociedade industrial, dai a necessidade da valorização do conhecimento, pois este destaca-se acima de qualquer recurso económico.
Assim sendo, só com a valorização do capital intelectual e profissional angolano poderemos entrosar no percurso certo, rumo ao objectivo hipotético de um dia podermos viver todos minimamente bem no nosso próprio país.
DESEJO UM FELIZ INICIO DO CICLO 2012 PARA TODOS ANGOLANOS!
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