Foi difícil alcançar a paz. Não transporto apenas a lembrança do comunicado proferido no jornal das 20:00 Horas emitido pela Rádio Difusão de Angola, que dava conta das fortes expectativas para o fim da guerra civil em Angola. Eu tinha as minhas razões para esboçar um sorriso e exteriorizar um “VIVA” saudável mesmo dentro do carro o qual me fazia transportar.
Ainda me lembro da força mágica do poder da mente humana que em pouco tempo resgatou inúmeras imagens do que podia ter sido a minha vida se aquela maldita guerra civil não tivesse existido. Certamente, não teria experimentado as inúmeras dificuldades de varia ordem que um adolescente tem de passar quando se apercebe que a desgraça dos seus progenitores é promovida por um mal chamado “GUERRA”.
Uma guerra que anulou uma vida de intenso trabalho, meu falecido pai que infelizmente não teve oportunidade de viver até o alcance da “BENDITA PAZ”, não suportou os inúmeros dessareis que os efeitos da guerra andaram a lhe proporcionar.
Camiões queimados, lojas sabotadas e destruídas, mercadorias queimadas. O elevado prejuízo que meu falecido pai viveu teve sempre um culpado e plenamente identificado, chamava-se “GUERRA”!
Foi também esta mesma maldita guerra que ceifou a vida dos meus queridos tios, primos que em muitas ocasiões foram apanhados em emboscadas e chacinados a sangue frio ou sei lá…apercebia-me dos horríveis cenários promovidos pela maldita “GUERRA” pelos rostos de sofrimento das minhas tias, da minha falecida mãe, do meu querido e falecido pai, quando em pranto reuniam-se para o óbito de um dos muito mortos provocados pela maldita “GUERRA” cujo corpo em muitas ocasiões não aparecia para se prestar a última homenagem. Em muitas ocasiões aqueles corpos eram substituídos apenas por fotografias a preto e branco.
A maldita “GUERRA” foi a maior promotora de cenas que causam traumas, foi ela que fez o meu falecido pai morrer duas vezes. Uma num ataque perpetrado no município do Golungo-alto na província do Kwanza Norte, e outra num outro ataque no famoso morro do Binda.
Nas duas ocasiões a minha família ensaiou o óbito do meu falecido pai, que aparecerá primeiro através das noticias do boca-boca do ouvi dizer, e seguidamente por meio de um telefonema onde acabava por confirmar o seu estado.
Enfim, tal como eu que me vi forçado a engrenar nas mais difíceis fases de engenharia da vida, certamente inúmeras pessoas viveram o horror da “GUERRA” de diferente forma.
Talvez seja a ocasião destas pessoas passarem o testemunho factual dos efeitos da “GUERRA” apesar de que na actualidade, o mundo ainda estar repleto de cenários de desgraça promovidos pela “GUERRA”. É só vermos os rastros de destruição deixados pela maldita “GUERRA DO IRAQUE, DA LIBIA, DA SIRIA, CONGO DEMÓCRATICO, ATÉ MESMO NO EGIPTO”.
Muitos são os que pedem para se apelar a tolerância, “CONCORDO PLENAMENTE” mais sou de opinião que os simples “DEZ ANOS” de paz que agora comemoramos não devem servir apenas de reflexão das conquistas sociais que alcançamos: mais escolas, estradas, hospitais, pontes, casas etc.
É preciso acima disto encarar estratégias que nos levam a alcançar um objectivo concreto: o de “MANTER A PAZ, COM PAZ”.
Acredito que não sou o único insatisfeito com o estado social das coisas. O meu emprego na função pública também me paga mal (alegam que a culpa é da maldita reconversão que nunca chega), vivo sem energia 24/24 horas, sem água potável, com bacias de lagoas em frente a casa, que mais parecem lagos artificiais, no meu bairro as casas que tem torneiras servem apenas para lembrar que são objectos onde devia se retirar a água para os distintos fins, vivo num bairro onde a pobreza é sinonimo de força e esperança do dia melhor, lá todos somos zungueiros!
Entretanto, é preciso reconhecer que o tempo não para. O tempo passa e com ele vem outras e novas fases, o meu sobrinho que lhe vi nascer enquanto eu experimentava os meandros da juventude, hoje já é um homem.
Enfim, apesar de tanta coisa por fazer, é preciso lembrarmo-nos permanentemente que a “A PAZ SÓ TRAZ BENEFICIOS QUANDO SE VIVE COM PAZ” por isso é imperioso dotarmos toda sociedade de formas e métodos de promoção da “PAZ COM PAZ” este é o principal desafio da actualidade após consumirmos “DEZ ANOS DE PAZ” pois “DEZ ANOS DE PAZ AINDA NÃO REPRESENTAM DEZ ANOS DE GLÓRIA DE PAZ”.
Acima de tudo é preciso assumirmos todos juntos o compromisso de darmos “PAZ NA PAZ” pois como na matemática “PAZ COM PAZ CERTAMENTE SERÁ IGUAL A MAIS PAZ”.
In memorial dos meus falecidos pais (Francisco F. R. dos Santos e Filomena F. José dos Santos)
Ainda me lembro da força mágica do poder da mente humana que em pouco tempo resgatou inúmeras imagens do que podia ter sido a minha vida se aquela maldita guerra civil não tivesse existido. Certamente, não teria experimentado as inúmeras dificuldades de varia ordem que um adolescente tem de passar quando se apercebe que a desgraça dos seus progenitores é promovida por um mal chamado “GUERRA”.
Uma guerra que anulou uma vida de intenso trabalho, meu falecido pai que infelizmente não teve oportunidade de viver até o alcance da “BENDITA PAZ”, não suportou os inúmeros dessareis que os efeitos da guerra andaram a lhe proporcionar.
Camiões queimados, lojas sabotadas e destruídas, mercadorias queimadas. O elevado prejuízo que meu falecido pai viveu teve sempre um culpado e plenamente identificado, chamava-se “GUERRA”!
Foi também esta mesma maldita guerra que ceifou a vida dos meus queridos tios, primos que em muitas ocasiões foram apanhados em emboscadas e chacinados a sangue frio ou sei lá…apercebia-me dos horríveis cenários promovidos pela maldita “GUERRA” pelos rostos de sofrimento das minhas tias, da minha falecida mãe, do meu querido e falecido pai, quando em pranto reuniam-se para o óbito de um dos muito mortos provocados pela maldita “GUERRA” cujo corpo em muitas ocasiões não aparecia para se prestar a última homenagem. Em muitas ocasiões aqueles corpos eram substituídos apenas por fotografias a preto e branco.
A maldita “GUERRA” foi a maior promotora de cenas que causam traumas, foi ela que fez o meu falecido pai morrer duas vezes. Uma num ataque perpetrado no município do Golungo-alto na província do Kwanza Norte, e outra num outro ataque no famoso morro do Binda.
Nas duas ocasiões a minha família ensaiou o óbito do meu falecido pai, que aparecerá primeiro através das noticias do boca-boca do ouvi dizer, e seguidamente por meio de um telefonema onde acabava por confirmar o seu estado.
Enfim, tal como eu que me vi forçado a engrenar nas mais difíceis fases de engenharia da vida, certamente inúmeras pessoas viveram o horror da “GUERRA” de diferente forma.
Talvez seja a ocasião destas pessoas passarem o testemunho factual dos efeitos da “GUERRA” apesar de que na actualidade, o mundo ainda estar repleto de cenários de desgraça promovidos pela “GUERRA”. É só vermos os rastros de destruição deixados pela maldita “GUERRA DO IRAQUE, DA LIBIA, DA SIRIA, CONGO DEMÓCRATICO, ATÉ MESMO NO EGIPTO”.
Muitos são os que pedem para se apelar a tolerância, “CONCORDO PLENAMENTE” mais sou de opinião que os simples “DEZ ANOS” de paz que agora comemoramos não devem servir apenas de reflexão das conquistas sociais que alcançamos: mais escolas, estradas, hospitais, pontes, casas etc.
É preciso acima disto encarar estratégias que nos levam a alcançar um objectivo concreto: o de “MANTER A PAZ, COM PAZ”.
Acredito que não sou o único insatisfeito com o estado social das coisas. O meu emprego na função pública também me paga mal (alegam que a culpa é da maldita reconversão que nunca chega), vivo sem energia 24/24 horas, sem água potável, com bacias de lagoas em frente a casa, que mais parecem lagos artificiais, no meu bairro as casas que tem torneiras servem apenas para lembrar que são objectos onde devia se retirar a água para os distintos fins, vivo num bairro onde a pobreza é sinonimo de força e esperança do dia melhor, lá todos somos zungueiros!
Entretanto, é preciso reconhecer que o tempo não para. O tempo passa e com ele vem outras e novas fases, o meu sobrinho que lhe vi nascer enquanto eu experimentava os meandros da juventude, hoje já é um homem.
Enfim, apesar de tanta coisa por fazer, é preciso lembrarmo-nos permanentemente que a “A PAZ SÓ TRAZ BENEFICIOS QUANDO SE VIVE COM PAZ” por isso é imperioso dotarmos toda sociedade de formas e métodos de promoção da “PAZ COM PAZ” este é o principal desafio da actualidade após consumirmos “DEZ ANOS DE PAZ” pois “DEZ ANOS DE PAZ AINDA NÃO REPRESENTAM DEZ ANOS DE GLÓRIA DE PAZ”.
Acima de tudo é preciso assumirmos todos juntos o compromisso de darmos “PAZ NA PAZ” pois como na matemática “PAZ COM PAZ CERTAMENTE SERÁ IGUAL A MAIS PAZ”.
In memorial dos meus falecidos pais (Francisco F. R. dos Santos e Filomena F. José dos Santos)
Sem comentários:
Enviar um comentário