Aristóteles defendeu a tese filosófica de que o homem é um animal político, fundamentando que: “o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros. O ser humano em sua própria natureza seria incapaz de sobreviver isolado dos outros, o que gera a necessidade de constituir associações, e o próprio Estado comum a todos, sendo, por isso, um ser carente e imperfeito, buscando a comunidade para alcançar a completude”. É a partir desta hipótese, que Aristóteles deduziu que o homem é naturalmente político.
Apesar da tese de Aristóteles vir a ser comprovada factualmente a posterior, o seu estudo, não descurou em nenhum momento a assimetria existente entre a convivência dos homens e as normas que regulam estas relações.
Ortografando factualmente sobre o actual ambiente político vigente, notamos que alguns actores políticos da nossa arena (entenda-se actores do contexto politico angolano) tem usado irreflectidamente a estratégia da produção de factos políticos que infelizmente não contribuem positivamente para o ganho da estabilidade social que muito merecemos enquanto povo e cidadãos desta pátria que muito já perdeu com martírio da guerra.
Eis alguns factos;
Na sequência de uma digressão pelas províncias do Namibe e Huíla, no pretérito dia 12 de Maio do ano 2011, o secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa propagou que “os mais velhos devem sair do poder”. Tal pronunciamento viria ser proferido num ambiente de incentivo e coagitação a agitação para subversão por parte da juventude daquela região. Na mesma senda da busca do protagonismo politico, o dirigente da UNITA que procura não deixar em mãos alheias o seu activismo a prática da subversão chegou a instar a instabilidade social no pretérito dia 17 de Janeiro do ano 2007 na província do Kwanza Sul.
Felizmente, não constitui o foco deste artigo abordar de forma analítica os discursos ou intervenções dos líderes da UNITA ou de outra formação politica, apesar de recorrer-se a alguns extratos da intervenção destes ou de outros políticos em algumas ocasiões. No entanto, o ultimo episódio de péssimo conteúdo protagonizado pelo membro e dirigente da UNITA em plena sessão na Assembleia Nacional, no caso o senhor Makuta Nkondo provocou o transbordo dos limites da atenuação formal institucional.
O senhor Makuta Nkondo que a bem pouco tempo revelou publicamente estar mais preocupado com os bens materiais, provando ser um servidor do clientelismo politico, pela justificação da sua posição a favor da UNITA por causa dos bens postos a sua disposição pelo líder da referida organização partidária (visão errada do Senhor Makuta uma vez que o carro 0 km que o mesmo ostenta é propriedade pública) protagonizou um acto de pleno desrespeito aos cidadãos que se revém na liderança do Presidente, José Eduardo dos Santos. Talvez o Sr. Makuta Nkondo não fez o costumeiro dever de casa. Parece ser prática do Senhor Makuta antes de sair da sua casa, receber orientação por parte da sua esposa de como deverá se comportar publicamente por formas a mostrar gratidão ao seu mano Samakuva (...); O argumento que o Senhor Makuta Nkondo apresentou em forma de justificação do seu acto irresponsável, de que falava em nome do povo enquanto deputado não é valido. Os deputados do MPLA também representam o povo e não violam normas para transmitir disparates pessoais do que pode-se pensar de um determinado líder da UNITA ou de outro partido qualquer. Tornou evidente que o Senhor Makuta Nkondo esta desprovido de educação de berço. Atenção é diferente da instrução académica ou formação profissional.
No entanto, a UNITA tem sido vítima de si mesma, e hoje paga um preço muito alto pelo facto de investir na estratégia da liderança tribal. O povo Bacongo não é estupido e não se pode ter a ideia de que só Senhor Makuta Nkondo pode representar o povo Bacongo pois no MPLA e em outros partidos existem inúmeras pessoas oriundas desta etnia. Por este facto a vergonha e a baixaria é só mesmo da UNITA e do Senhor Makuta Nkondo.
Outra questão prende-se a estratégia da UNITA em incitar a REVOLTA POPULAR. Apesar da UNITA faze-lo de forma omissa, torna-se cada vez mais claro que não tem condições psico-morais para concorrer numa disputa democrática. Dai a frequente instigação do fantasma da fraude eleitoral. Este investimento no fantasma da fraude não é involuntário, é sim uma reserva estratégica da UNITA para mobilizar grupos que criam um cenário de instabilidade social pela contestação realizando manifestações por formas a invalidar ou descredibilizar a realização do pleito.
Quanto a estratégia de investir fortemente nos ataques pessoais aos governantes sob acusação de enriquecimento ilícito através da corrupção, isto para afectar na imagem destes e consequentemente na credibilidade junto dos eleitores. É preciso a UNITA ter capacidade de analisar a possibilidade dos seus efeitos. Acima disto está o interesse nacional, o compromisso da manutenção da Paz e da estabilidade social. É necessário não confundir política com arruaçaria!
Fala-se muito em imitar os actos de subversão social que ocorrem alguns países africanos e do ocidente. Os tidos como cabeças das instigações não têm capacidade de ver que o ocidente nunca se predispôs a imitar os longos anos de guerra que causou sofrimento e dor a todos nós angolanos?!
Neste espaço já abordamos temas interligados a este. Não o fizemos directamente como agora, no entanto seu conteúdo advertiu inúmeras vezes que na política não vale tudo! Também existem normas! Dai a razão dos políticos não poderem confundir política com arruaçaria, isto é errado Senhor Makuta Nkondo!
A arruaçaria tem consequências muito perigosas, não só no campo politico mais a todos os níveis da convivência social.
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