Bento dos Santos
Os desafios da gestão política nacional
tem aumentado o seu nível de complexidade em todos sectores do ambiente social
angolano. Muitos entre os diferentes actores políticos nas vestes de partidos
políticos, assim como os actores individuais integram na actualidade os interesses
estratégicos externos de alguns estados do mundo ocidental, baseado numa influência
de uma política pós-neocolonialista.
Apesar de que na actualidade assiste-se
uma ascensão nas distintas formas de comunicação virtual, neste particular
entende-se o crescimento exponencial das formas de comunicação interactiva baseadas
nas novas tecnologias de comunicação e informação que promovem às
transformações das modalidades com que se estabelecem às relações entre os diversos
actores, a televisão, enquanto meio tradicional, ainda constitui um dos
principais meios de informação de dimensões e inovações que funcionam como
estratégia da amplificação da comunicação politica.
Por conseguinte, algumas vozes tentam
de forma empírica defender que a televisão tem tido um efeito mínimo na
formatação e formação da opinião pública, porquanto augura a vigência de um mal-estar
mediático, argumentos que se incidem na preferência pela televisão em contraste
com os jornais que actuam também como fonte de informação politica, o que tem
causado o maior afastamento dos cidadãos em relação aos factos políticos
difundidos pela televisão.
No entanto, tais argumentos caiem no
descredito a quando da actualização da grelha dos programas emitidos pelos
diversos canais televisivos, onde na actualidade existe no meio mediático
nacional a TPA1, TPA2, TV ZIMBO, ZAP TV. No caso específico dos debates
televisivos a título de reconhecimento de inovação criativa na grelha de
programas, o mérito recai a TV ZIMBO que a tempo oportuno ascendeu a
visibilidade da chama dos debates políticos televisivos, não pela sua
originalidade na concepção, mas pela sua acutilância temática, o que certamente
originou com que o debate político em televisão constitui-se um espaço
privilegiado no plano da apresentação da discussão dos temas de interesse para
a opinião pública.
A pergunta: será que os órgãos de
comunicação que promovem o debate político estão a alcançar os seus objectivos
perante a sociedade?
Á prior convém elucidar que os debates
televisivos certamente objectivam aproximar os cidadãos, isto a nível de
“audiências” que consequentemente afectaram no aumento da rentabilidade para um
determinado órgão, assim como ajudam a clarificar às omissões e dúvidas entre
os governados e os governantes, sempre sob uma plataforma de discussão
democrática.
Porém, não podemos esquecer o factor
espectáculo no seio da televisão, aqui contextualizado subjectivamente como a
constituição dos espaços da realização dos debates políticos no seio da
televisão. Tal facto associado ao cenário, o grafismo, e não menos importante o
papel do jornalista enquanto moderador do painel constituem os componentes do cenário
do espectáculo no seio da televisão.
Paralelismos a parte, podemos afirmar
que a estratégia tem alcançado os seus objectivos primários a nível de
audiência e de participação dos distintos actores políticos, pesa o facto de
muitos revelarem a suas debilidades. Entretanto, tal evidência “pode ser um sol
de pouca dura” em função da ascensão das perspectivas dos espectadores que têm
neste meio a busca da oportunidade para conhecerem melhor os seus actores
políticos, fazendo crer que os debates políticos televisivos representam uma
ampla transacção do desenvolvimento da cultura política democrática no nosso
país, porquanto sabemos que um debate é um drama humano no seu estado original
que do ponto de vista estrutural pode ser considerado como uma estratégia para
a informação de massas.
Segundo Walter Lippmann a televisão
pode servir como a máquina da verdade. Este formato “debate televisivo”
estimula de forma directa a discussão politica entre os cidadãos e pode ser um
dos principais meios estratégicos da disputa política mediática no momento das
campanhas eleitorais. Assim sendo, os debates não tem existência isolada, pois
englobam um fluxo de informação e comentários mediáticos que ocupam inúmeros
media em concorrência, como a própria TV, a Rádio, a Imprensa, os Suportes de
Publicidade Politica, a Internet, entre outros meios.
Neste âmbito, acreditamos que a iniciativa
é salutar mas o desafio para manter a audiência é ainda maior em função das
elevadas expectativas dos telespectadores, uma vez que estes podem transportar
os argumentos de razão abordados nestes eventos mediáticos de forma equiparada
ao impacto da economia na vida social das comunidades. Assim sendo, os actores
e intervenientes destes eventos têm sobre si, um desafio ainda maior, pautado
na necessidade da permanente gestão da credibilidade do órgão televisivo.
Até lá, vamos ao debate. Os debates
televisivos têm contribuído na democratização política do nosso país?
Eu respondo afirmativamente que SIM! Afinal
os que participam nos debates e os que assistem são grupos diversos,
individualidades, cidadãos de diversas heterogeneidades políticas, o que nos
leva a concluir que em Angola existem e sempre existiram canais para os
principais actores políticos poderem actuar de forma democrática e permanente, sugerindo
desta forma que aqueles nas vestes de mercenários políticos abandonem imediatamente ás suas acções
contra a pátria, e criem partidos políticos para concorrerem de forma democrática no alcance do poder, assim como fazem os outros actores políticos.
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