Por: Bento dos Santos
Alguns talvez dirão:
-" O problema é deles, nós também temos
os nossos problemas".
É bem verdade que sim. Todavia, hoje tais
acontecimentos não são passíveis de um simples olhar e a desvaneio assobiar de
lado, ignorando às questões, quando sabemos que hoje o mundo tal como o
conhecemos é equiparado a uma aldeia global.
Podemos resumir tal acepção, percebendo que o
que se faz em um determinado país, o que acontece em determinado país, o que
ocorre em um determinado estado pode em muitas ocasiões influenciar em outros
estados, fazendo com que estes alterem às suas políticas económicas, jurídicas,
educacionais entre outras.
Com 52% dos votos a favor e 48% contra, o
Reino Unido decidiu sair da União Europeia. A vontade do povo Britânico ditou mais
uma vez as regras da vigência da democracia naquele país.
A opinião pública britânica demostrou a sua
posição e passa a fazer história com um referendo que já marca o mês de Junho
de 2016 para história internacional e que põe fim a décadas de vigência. Foi a
cerca de 41 anos atrás a quando do 5 de Junho de 1975 quando o governo do então
Primeiro-ministro Trabalhista Harold Wilson perguntou aos eleitores se o Reino
Unido devia permanecer na Comunidade Económica Europeia "CEE".
Na época o Reino Unido já havia aderido à
CEE, isto em 1973, contudo, o actual acordo também servia de modelo para os
demais continentes, que sob filosofia da plataforma "juntos somos mais fortes"
tentam integrar as políticas entre estados, na perspectiva de uma governação regional
e continental.
Às consequências da saída do Reino Unido da
União Europeia fizeram com que David Cameron, Primeiro-ministro daquele país, que
defendia o não, "entenda-se o não da saída da união europeia" após os
resultados, pose-se o seu cargo a disposição. Segundo o mesmo, vai deixar o
cargo já no mês de Outubro do ano em curso, sob pretexto de que o presente
resultado impõem uma nova liderança para o Reino Unido.
Entre as mais variadas consequências a
economia britânica parece ser também aquela cujos efeitos imediatos parecem
produzir efeitos imediatos, tendo a Libra conhecido já uma queda na cotação do
mercado.
Por outra, o preço do barril de petróleo
registou mais uma baixa. Diz-nos a experiência que o cenário de instabilidades
económicas trazem sempre a reboque uma avalanche de incertezas. A questão da
saída do Reino Unido não é diferente.
A única certeza que o referendo parece trazer
é a própria avalanche de incertezas.
Às consequências do “fora do Reino Unido” estende-se além do próprio continente europeu, para termos uma ideia deste prognóstico, podemos basear-se na importância das contribuições económicas que o Reino Unido fazia para a União Europeia que por sua vez estendia os seus tentáculos de influência económica em todo mundo com pacotes de financiamento que permitiam ter um jogo de influência política que dispensa outros comentários neste particular.
Às consequências do “fora do Reino Unido” estende-se além do próprio continente europeu, para termos uma ideia deste prognóstico, podemos basear-se na importância das contribuições económicas que o Reino Unido fazia para a União Europeia que por sua vez estendia os seus tentáculos de influência económica em todo mundo com pacotes de financiamento que permitiam ter um jogo de influência política que dispensa outros comentários neste particular.
Porém, apesar de muitos prognosticarem que a
saída do Reino Unido não vai provocar o efeito dominó, para os demais países
europeus ou para o mundo, a nosso entender tal efeito será sim uma realidade,
tímida, mas factual.
O que assistimos com a saída do Reino Unido
da União Europeia é sim uma nova configuração na geopolítica económica mundial,
onde os Estados guardiões como EUA e Rússia apesar de não terem um papel
directo na formatação das opiniões dos eleitores do referendo, a verdade oculta
é que a nova reconfiguração geopolítica mundial estará centrada numa economia
ainda mais centralizada a nível das nações mais poderosas, isto aumentando a
dependência das nações no quadro da estabilidade económica e da própria
segurança regional.
Quem afirma que o Reino Unido saindo da União
Europeia arrisca-se a falir como estado, certamente ao fazer tal afirmação
também arrisca-se em esquecer-se que o Reino Unido pode ser um balão de ensaio
de um novo modelo de governação centrado na formulação de políticas exclusivas
perante as instabilidades mundial (crise humanitária em função da emigração,
etc).
Reafirmamos que certamente haverá também uma
mudança na ideologia política Britânica. O que quer dizer que os conservadores
britânicos podem emancipar-se achando que assim haverá mais uma vez a
possibilidade de liderar o mastro da condução política do país.
No entanto, apesar das incertezas, podemos
prognosticar que o efeito desta saída para o continente africano representa
também menos ajuda no campo humanitário, mais instabilidade política e social e
possivelmente a ascensão de novos conflitos armados.
Reino Unido Fora da União Europeia é questão
ainda em curso.
As suas consequências? Sim! São ainda um
esmerilhado de incertezas.
Mas fica a lição para todas outras intenções,
como por exemplo o acordo do livre comércio na região da SADC que para está
organização passa a ser uma experiência a ter conta, perante ascensão dos povos
em quererem ver os seus governos a administrarem mais para dentro do que para fora...
Fica patente que com a saída da União
Europeia o mundo perde um pouco a dimensão da importância do conceito que a
união faz a força e consequentemente de que todos juntos é mais possível (...).
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