domingo, 12 de junho de 2016

A RETÓRICA DE TRUMP EM CAMPANHA ELEITORAL


Por: Bento dos Santos
Já passam alguns anos que defendo o seguinte pensamento: Para ser reconhecido pela opinião pública existem duas possibilidades, ou ser muito bom ou ser muito mau... Uma das condições certamente lhe transportará para fama.
Cépticos ou não, a verdade é que os estrategas de Trump já podem festejar a primeira etapa. O objectivo primário foi alcançado. Trump já é um dos fortes candidatos a casa Branca, e certamente vai concorrer a um dos cargos mais cobiçados do mundo. Trump já está nos holofotes da midia mundial, e em muitas ocasiões, gratuitamente. O cargo de Presidente dos Estados Unidos da América, um dos países mais poderoso do mundo tem agora um candidato com perfil de mal-educado, dizem alguns analistas internacionais.
Mas o que podemos aqui retratar, são as abordagens polémicas de Donald Trump o pre-candidato da esquerda republicana. Suas abordagens são quase sempre acompanhadas de insultos que chegam a dividir as opiniões no seio do seu Partido "Os Republicanos".
Por conseguinte a imprensa mundial, encontrou uma máquina grátis de produção de factos. Está máquina 《》 chama-se Donald Trump. Quando o homem abre a boca para falar ao público, deixa quase sempre um rastro de contradições e polémicas que a prior muitos políticos cá da nossa praça tidos como experimentados, já o consideravam como um difundo político. Diziam que Trump não passaria para a segunda fase...
E porque que tinham está visão?
Muitos confundiam, e talvez continuaram a confundir o que pode ser considerado como as perspectivas estratégicas dos estrategas de Trump que não se prenderam nas suas próprias convicções. Outros alegavam que Trump estava a fazer "show of", ou política para si mesmo...
Foram infelizes, pois com a chegada de Trump a concorrer a presidência da Casa Branca é claro que vão ter de baixar a crista e engolir a arrogância e talvez apreenderem a ouvir, pois vão ter de supotar a surdina mais uma falha de leitura e desenho de cenários o qual revelam que não estiveram habilitados para tal.
A pergunta:
- Como pode um candidato que ataca o eleitorado, destratando-o ser escolhido?
A resposta a está pergunta, centra-se precisamente no sucesso de Trump.
Enquanto uns se prendem avaliando o seu perfil, muitos entre o eleitorado se revejam nele, pois acreditam que Trump fala de tal forma porque sabe das coisas. Podemos dizer que a polémica de Trump faz ascender a sua própria credibilidade.
A estratégia da polémica discursiva de Trump centrou-se nas expectativas do próprio eleitorado. Não devemos esquecer que o sensacionalismo tem-se revelado como táctica muito forte para a estratégia da propaganda política nos últimos tempos. 
As acções e factos sensacionalistas têm mobilizado mais pessoas do que temas e factos recheados de valores sociais. Trump foi apelidado de mestre do insulto: - "Construiria um grande muro" prometeu Trump em certa ocasião...ao referir-se ao combate à imigração ilegal no seu país.
Outrossim, o eleitorado norte-americano ainda mantém elevada a ânsia da vingança, pos 11 de Setembro. O Presidente Obama teve dois mandatos que certamente vão ficar para história pela positiva, principalmente no campo das relações internacionais, mas ficou por resgatar o orgulho patriótico dos norte-americanos que anseiam voltar a ter a hegemonia da prepotência mundial, até num simples acto de identificação pelo passaporte. 
Outro factor a termos em consideração baseia-se na projecção da imagem no seio da opinião pública. Contrariamente ao modelo de liderança baseado na arrogância, o discurso musculado projecta uma falsa imagem de força para o eleitorado. Neste estágio de perspectivas associada a ansiedade, a projecção da força, sob estratégia discursiva anula a avaliação de outras qualidades que devia ter-se em conta por parte do eleitorado.
Atenção não estamos a assumir que o perfil do eleitorado seja composto por leigos, mas o uso do jogo da inteligência cognitiva de supostamente fazer e dar o que o próprio eleitorado quer.
Em muitas ocasiões, neste caso específico da época pré eleitoral, a referida estratégia funciona como uma massa de bolo posto numa forma a medida.
Assim, fica a lição. Para aqueles que ainda acham que uma boa estratégia discursiva já não mobiliza o eleitorado, seria bom que revessem as suas posições, pois em diversas ocasiões existem e sempre existiram, palavras que alteraram de forma drástica inúmeras situações. Tanto para o lado positivo como também para o negativo. E na política tal possibilidade não é excepção.

 

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