Bento dos Santos
As chamadas de capa dos jornais, principalmente os editados nos finais de semana, assim como de algumas estações radiofónicas tem revelado uma nova tendência da produção dos conteúdos jornalísticos no nosso mercado da comunicação social.
Sem demérito aos profissionais da classe, tende na actualidade a caracterização de alguns meios de informação e comunicação primarem por matérias com conteúdos negativistas, sob égide personalizada direcionada para alguns actores da política nacional. Está tendência factual « » reflectida “não involuntária” visa actuar como estratégia para a promoção do declínio da confiança de muitos integrantes da elite política nacional, provocando deste modo uma decadência generalizada desta classe.
Porém, um factor de preocupação deve-se ao facto de que as campanhas negativistas precisam ser alimentadas, e por assim ser, a fonte dos seus conteúdos são quase sempre provenientes dos boatos que são fabricados por alguns circuitos políticos claramente identificados que alimentam estes meios de comunicação social em função dos seus próprios objectivos e interesses na base da filosofia maquiavelista.
No entanto, a referida estratégia das campanhas negativistas não se apresentam como eficientes porquanto geralmente formatam a opinião dos eleitores para uma adopção de isenção política, levando estes a optarem pelo absentismo nas urnas, causando uma distância cada vez maior entre os eleitores e o mundo político, como podemos identificar nos resultados do último pleito eleitoral realizado no nosso país, isto no ano de 2012.
Importa frisar que estas tendências são influenciadas pela ausência da génese jornalística que sempre deve e devia pautar pelo apuramento dos factos em detrimento da produção jornalística mecanizada ou sensacionalista, aqui podendo ser equiparada a difusão das informações oficiais.
Contudo, não podemos descurar o percurso natural da dinâmica social da informação perante a inata crítica e do aumento das opiniões perante ás inúmeras informações disponíveis, derivadas dos novos meios de comunicação que dão autonomia aos jornalistas perante aos distintos poderes formais do estado, ascendendo a dimensão dos conteúdos jornalísticos interpretativos ao invés da forma factual.
Segundo “MCNAIR 2000:63” a competição e a tentativa de alcançar uma maior comercialização por parte dos meios de comunicação social, proporcionou “um mercado de jornalismo de opinião” que actualmente é mais visível no jornalismo imprenso da nossa praça, desrespeitando cada vez mais os actores políticos.
Contribui para promoção deste mau trabalho, o facto da ausência do hábito da leitura e pesquisa por parte de muitos cidadãos, o que facilita serem manipulados na formatação das suas opiniões de forma insegura e muitas vezes irresponsável.
Para estancar a referida situação urge a aprovação da Lei de Imprensa sob prisma do reconhecimento da classe dos profissionais com créditos factuais de formação especializada no sector sempre comprovados.
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