Encontrar
ou mobilizar pessoas para lerem determinados textos tem sido um desafio
permanente para muitos, assim como eu. De um lado os pressupostos passam por alegações
que se prendem desde a suposta qualidade dos textos, que desde já, podem ser
excluídos pelos potenciais leitores a partir do título, caso não seja do seu agrado.
Uns
alegam ter preferência temática, outros tantos são vítimas da preguiça mental.
Desculpem, mas espero que a “carapuça” não lhes tenha servido. Outros tantos,
vão mas longe, e se refugiam na falta de educação para o hábito da leitura. Culpam os seus encarregados de educação, por serem hoje eles os portadores de tais
défices. Outros tantos, defendem-se com a idade; dizem ainda serem jovens para
lerem textos que tratam disto ou daquilo (…); Enfim, são tantas as supostas
justificações para às pessoas não lerem, que em outros momentos se esquecem que
no frenétismo de ser conhecido publicamente, o nada não vale. Até porque o desafio de quem é
melhor que o outro já foi institucionalizado com debates sem fundamentação
comprovável; como redigia, esquecem que na busca de ser aparentemente melhor
que…e do que… ler facilita alcançar qualquer objectivo.
Das
inúmeras mas poucas entrevistas que já concedi aos meios de comunicação social,
desde a publicação da primeira obra “Pensar Social, Exercer Cidadania” algumas
perguntas tem-se revelado actuais e pertinentes.
Como exemplo, porquê que escrevi o livro?
Qual foi o factor motivacional?
Como exemplo, porquê que escrevi o livro?
Qual foi o factor motivacional?
Bem,
no meu caso particular, diferente de muitos cantores, bailarinos, políticos,
escritores, advogados, engenheiros, e tantos outros que, quando questionados
desta forma, revelam que já nasceram a cantar, outros revelam que desde que
nasceram já tinham inclinação para escrita, outros ainda dizem já defenderem
casos desde bebés por isso são advogados, e explicam com factos, por exemplo,
uns tantos lembram-se que quando ainda bebés os primeiros casos a defenderem
foi por exemplo o da sua progenitora, isto porque quando o seu pai estivesse a
discutir com a sua mãe, ele rapidamente começava a chorar e só calava quando o
seu pai parasse de gritar com a sua mãe, enfim, muitos outros tantos casos, tem
sido revelados pelos iluminados que já me levaram a pensar o quanto nós, eu e
vocês podemos ser diferentes por não termos a mesma historia.
Porquê
escrever “Pensar Social, Exercer Cidadania”. Acho que no próprio livro eu procurei
revelar os factores motivacionais. Pensar é um exercício permanente da nossa
condição racional em perfeito juízo. Pensar Social vai ao encontro daquilo que
tem sido a nossa realidade. Quando diariamente nos deparamos com problemas que
nos afectam, não basta fazermos a transferência dos nossos problemas para às
instituições de direito. Elas devem sim, cumprir com o seu papel, aliás, às
instituições têm obrigação legal para o efeito, mas atenção; certamente que os
mais interessados em ver os nossos problemas resolvidos atempadamente somos
nós!
Dai,
o porque da nossa participação. É também sobre este pressuposto que surge o
exercer cidadania. Pensar Social, Exercer Cidadania não é um livro perfeito,
não é o melhor livro. É apenas um exercício de cidadania que eu enquanto capaz
de conceber algo material por meio da escrita vi-me no direito, na obrigação e
no dever de participar na busca de soluções para os nossos problemas, cuja
solução depende única e exclusivamente de nós humanos. José Mártir escreveu
“Ser Culto Para Ser Livre”.
Por
vezes, escrevemos milhares de palavras, textos mágicos que conseguem fazer
embalar inúmeras pessoas através do desinteresse que denotam com determinados
assuntos. Mas, por vezes sentimo-nos realizados, porque na imensidão de
palavras uma ou duas ou três ou quatro, ou cinco ou todas são validadas e fazem
eco entre muitos e muitos…
E
porque, com a escrita, podemos viajar sem pagar o bilhete, podemos ser vitimas,
heróis, pobres, ricos, mágicos, perfeitos ou malignos. Enfim podemos alcançar a
imensidão das realizações perspectivadas nas nossas imaginações, tudo isto,
através da escrita. E mais… Com a mágica da escrita podemos parar o imparável
(…) E o quê isto de imparável?
O imparável é o tempo!
Com
a escrita, podemos recuar e avançar o tempo. Enfim!
Com
a escrita podemos trilhar um caminho para ser livre. Recordei-me agora da
pergunta, que ainda não respondi. Qual foi o factor motivacional para escrever
o livro Pensar Social, Exercer Cidadania?
Participar.
Porque somos cidadãos, devemos participar. Esta é a resposta. Porque somos cidadãos
devemos participar na resolução deste e daquele problema que nos aflige e nos
atinge como seres sociais.
E
quando comecei a escrever?
Não
sei!
Até
porque acho que ainda não sei ler, e muito menos escrever. Na realidade estou
apenas a buscar um caminho para ser livre.
*Escritor
e Pesquisador Social