quinta-feira, 19 de novembro de 2020
terça-feira, 17 de novembro de 2020
NA INTERNET TODOS FALAM, MAS A MAIORIA FALA SOBRE O QUÊ?
domingo, 15 de novembro de 2020
A PANDEMIA DAS NOTICIAS FALSAS
Por: Bento dos Santos.
Quantas notícias falsas você lê diariamente?
Trinta, cinquenta ou apenas dez?
Na actualidade, com o surgimento e desenvolvimento da internet e das redes sociais ficou mais difícil sabermos exactamente o número de notícias ou informações falsas que chegam ao nosso conhecimento diariamente.
Desconhecendo a dimensão do excedente de informações falsas que chegam ao vasto público a todo instante, surgem as consequências. Uma "pandemia de informações falsas" tem dominado a atenção do vasto público usuário das redes sociais.
Os meios de comunicação social tradicionais (a televisão, rádio, jornais, revistas, etc) não tem conseguido acompanhar a velocidade da produção da informação em tempo real, deixando a mercê de quem se acha no direito de filmar, fotografar, escrever e publicar o que acha ser do seu direito de liberdade de informar e de ser informado, perante a vigência da democracia e das liberdades constitucionais.
Com a possibilidade do livre arbítrio de "cada um fazer o que quer" a pandemia das notícias falsas tem ganhado um amplo espaço de proliferação perante a indiferença da própria sociedade.
A expressão "pandemia" tem a sua origem na língua grega "pandemías" que na língua portuguesa significa "todo povo". A expressão em causa "pandemia" é usada nos termos técnicos da saúde e para os profissionais de saúde uma "pandemia deve ser entendida em uma escala de gravidade devido o surgimento de casos mais delicados. A pandemia é assim caracterizada por uma epidemia que se espalha por diversas regiões do planeta". E como sabemos, a pandemia está também associada a epidemia que é o aumento considerável do número de casos de determinada doença em diversas regiões de um determinado país.
Achamos oportuno fazer a distinção conceitual entre a "Pandemia e a Epidemia" para facilitar o raciocínio lógico de quem poder nos brindar com a sua atenção fazendo a leitura deste texto.
Retomamos a questão de partida, mas antes vamos buscar subsídios argumentativos no conceito de aldeia global criado pelo filósofo canadense "Herbert Marshall McLuhan (1962)" em que o autor aborda que: "as novas tecnologias electrónicas tendem a encurtar a distância e o progresso tecnológico, reduzindo todo planeta à uma situação idêntica a que ocorre em uma aldeia; um mundo em que muitos estariam, de certa forma, interligados".
O conceito de aldeia global nos remete a reflectir sobre o facto de que, através da internet em determinados momentos parece que estamos todos juntos e misturados. E assim, para a nossa surpresa, passamos a saber que a "pandemia das notícias falsas" não é nova.
Para termos uma ideia do tempo da existência da "pandemia das notícias falsas" basta que cada um de nós faça um breve exercício de memória e se lembre de uma situação em que foi vítima de uma notícia ou uma informação falsa que circulou na sociedade virtual da internet e que chegou até o seu conhecimento.
Diferente da pandemia da Covid-19 que submeteu abertamente o mundo a mercê do medo, a pandemia das informações e das notícias falsas é silenciosa e continua a fazer as suas vítimas a todo instante.
Algumas vítimas desta pandemia acabam mesmo por perder a vida. Porém, por cá, não se conhece publicamente um estudo sobre as causas e as consequências das notícias falsas que podia servir de referência para podermos extrair os dados e partilharmos neste texto.
Sabemos que as informações e as notícias falsas tem causado muitos dissabores as suas vítimas. É uma pandemia que esta a ser disseminada a nível mundial e uma das possibilidades, para podermos reduzir o seu campo de abrangência recai para a responsabilidade individual que cada um de nós devemos ter antes mesmo de virmos a consumir e partilhar informações que não conhecemos a credibilidade e a veracidade da fonte que nos remeteu a uma determinada informação.
Outra possibilidade recai ao papel das instituições públicas que devem salvaguardar os direitos constitucionais consagrados a cada cidadão. Portanto, só será possível mantermos os níveis de sã convivência social, mantendo a disciplina e o rigor nas nossas acções. Caso contrário, é bem provável que continuaremos a ser meros disseminadores da "pandemia das notícias e informações falsas".