quinta-feira, 4 de junho de 2020

ANGOLA E O DESAFIO PARA O DESENVOLVIMENTO

Por: Bento dos Santos.

A realidade de vida na actualidade é diferente. Angola, assim como os demais países que constituem o nosso universo vivem mais um período único. Mais uma vez vivemos todos um período excepcional. E como tal, temos de reconhecer que toda nossa vivência sempre é diferente de qualquer outra. 

Apesar de sermos aparentemente as mesmas pessoas, em cada um de nós, diariamente ocorrem transformações físicas, psicológicas, e tantas outras que não adianta aqui filosofar. 

O desafio de Angola vir a superar os obstáculos que têm ramificações em diversos sectores como: a educação, a economia, a justiça, a saúde e outras áreas da vida social. 

Porém, estes desafios só poderão ser ultrapassados com a intervenção do principal elemento da vida social; no caso o homem. O conteúdo do parágrafo anterior talvez não representa nada de novo. Tendo em consideração que não somos os únicos que fazemos eco das vozes sofistas, ou de tantas outras vozes, que hoje são seculares. Mas é necessário fazermos eco na perspectiva de sermos ouvidos por quem precisa ouvir a nossa voz. E como quase tudo que pressupõe o senso da racionalidade para nós humanos; para que as acções do ser pensante sejam postas em prática com o sentido da racionalidade que pressupõe no uso do juízo de quem procede em determinado momento da sua vida, vale a nossa persistência. 

Angola é um estado democrático de direito. E como tal, é um país liderado por um Presidente da República. Assim sendo, a voz orientadora do presidente de Angola, João Lourenço deve fazer eco na consciência de cada um de nós. 

O compromisso do nosso país vir a desenvolver não passa apenas por estarmos sentados e procurar identificar falhas ou insuficiências do governo, quando na realidade todos sabemos que a palavra "país" é um nome, assim como a palavra "pessoas" também é um nome. Mas a acção prática e real de cada cidadão, a acção prática e concreta de cada indivíduo constitui o realismo de vida de todo colectivo. Caso não fosse está a realidade de vida, o que seria do mundo se estivéssemos todos sentados a espera que as coisas acontecessem, pelo acaso da natureza? 

- O país está mal! 

- As coisas estão cada vez mais difíceis! 

- Assim não dá! 

Todas afirmações acima transcritas na forma imperativa são redundantes perante a pergunta; e agora? 

- Quem deve mudar o rumo do país? 

- Quem deve mudar o rumo das coisas? 

- Quem deve combater a fome, a doença, a pobreza etc. Entre nós, muitos sabemos o quão ruim podemos ser até a gerir a nossa própria vida. Mas é preciso ter coragem. 

Não é qualquer pessoa que tem a coragem de ficar em frente ao espelho e olhar para si mesmo vindo a reconhecer os seus próprios erros. 

A prova da evidência do que escrevo no parágrafo anterior, são as manifestações de tédio, de depressão e tantos outros sintomas psicológicos ou físicos que tem estado visíveis, devido a pandemia que nos remeteu ao confinamento. 

Muitos, se não tantos... não conseguiram, ou seja não aguentaram ter de se 《suportar》ter de lidar com a sua própria pessoa. 

O isolamento social e o distanciamento social devido a Covid-19 demostrou o quão frágil anda o conhecimento do nosso próprio eu. E porquê? 

Porque muitos de entre nós se ficarem com o seu próprio eu; se ficarmos com o nosso próprio eu, a máscara cai! 

A máscara cai, porque deixamos de ter em quem apontar o nosso dedo acusador. Sim porque é mais fácil alguém jogar o lixo na rua, e caso ser advertido para não ter aquele tipo de comportamento, e a pessoa pode responder apenas: 

- Não liga isto é Angola; 

- Aqui também já tinha lixo... ou pode responder qualquer coisa que falsamente o iliba da sua própria responsabilidade cidadã. 

E tal como foi referenciado no exemplo do lixo, também acontece em outras áreas da governação, onde é necessária a nossa acção como cidadãos. 

Mas este é um problema sobejamente conhecido! 

Porém, encontrar a solução é um assunto que tem nos passado muitas vezes de lado. E porque consta de muitas experiências, a solução passa por uma ampla acção integrada de processos, estratégias, ou seja lá que designação será melhor. Mas é necessário que estes processos estejam todos ligados ao sector da educação. 

Só com as pessoas detentoras de educação, só com as pessoas possuidoras de conhecimento poderemos ter as pessoas a participarem convenientemente na vida social cidadã. 

Como podemos obter a educação, a instrução o conhecimento, etc... 

Podemos fazê-lo de várias formas. Através das escolas, através dos centros de formação, por meio das instituições religiosas, por meio das distintas organizações da sociedade civil e de estado, pessoas singulares, enfim... 

O desafio para o desenvolvimento de Angola envolve um pensamento social para o exercício da cidadania de cada cidadão nacional ou residente no nosso país. 

A responsabilidade individual de cada cidadão para o desenvolvimento de Angola passa pela assumpção individual de que o país só irá mudar para melhor com a acção positiva de cada cidadão, independentemente do local onde se encontra.



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