Por: Bento dos Santos
Talvez eu não seja o único. Talvez alguns tantos como eu já pensaram que não é correcto alguém assumir uma determinada responsabilidade pública ou política, e depois procurar justificativas perante a ausência das suas acções, depois procura justificativas para a ausência do cumprimento do escopo das suas atribuições.
Talvez eu e você não sejamos os únicos, que ao irmos ao hospital, que até onde sabemos foi construído com o objectivo de dar tratamento as enfermidades das pessoas que ai recorrem, mas quando lá chegamos acabamos por ficar estupefactos. Pois quando lá chegamos o tido médico ou medica, nos diz com a arrogância de quem nos faz um favor indisposto: -"nada posso fazer"; e em seguida vem a palavra mágica que o mesmo esta a fazer um esforço para nos atender.
Talvez eu e você não sejamos os únicos que ao recorrer os serviços da Polícia, os agentes e o tal de oficial olham para nós e geralmente nos dizem:
-"não podemos fazer nada, não temos carro, e tambem não temos combustíveis para quando comprarem os carros; se puderem tragam cá o gatuno, porque nós já estamos a fazer um esforço de cá estar"!...
Talvez eu e você não sejamos os únicos a olhar para ela, e impávidos dissemos, ou minha senhora assim também já é demais, o dinheiro é meu, eu só vim cá depositar porque os gatunos lá no bairro são tantos, que agora já não os confundimos com os gatos, agora estamos a confundir os gatunos com a nossa própria sombra. E em seguida perdemos a calma e gritamos eu quero o meu dinheiro, não me interessa se o teu tio sistema não está ou não eu quero o meu dinheiro agora! O meu filho esta doente e eu preciso do meu dinheiro! Não goza comigo; o dinheiro é meu!
E ficamos assim impávidos!
E ficamos ainda mais impávidos!
Só nos olhamos nos olhos!
E assim vamos. Tipo nada esta a acontecer, afinal as noticias são outras. Afinal os nossos cambas aqueles madiés que preparam a "agenda seting" pensam bué; e sempre nos dão uma esquindiva daqui, e outra "a saia dela tipo nada"...
E ainda ficamos assim...
Só nos olhamos nos olhos!
Até porque construímos as nossas casas, sem nenhum apoio de infraestrutura; a estrada depende da lagoa, a energia só acende o candeeiro de petróleo, a água só do camião do amigo cubano, mas ainda assim inventaram uma tal de "AGT" para nos cobrar porque o espaço do nosso quintal é muito grande!
E assim tipo nada, vamos indo. E quando assistimos ou ao ouvirmos os jornais noticiosos, vimos os titulares do poder executivo a se justificarem que estão a fazer um grande esforço para isto e para aquilo...entenda-se estão a fazer um esforço para cumprirem com algo pelo qual eles juraram fazer e pelo qual até podem ser responsabilizados criminalmente, partindo do princípio que tal pode ocorrer por ser um dever de estado ou mesmo uma obrigação para com a Pátria.
Mas se aqueles que têm a responsabilidade de velar ou até mesmo garantirem as acções do governo, dizem "estarem a fazer um esforço" para nós termos luz, porque a barragem secou, porque agora até já há inovação, e a justificativa mais actual é que a energia vai continuar a falhar por causa do atraso do ciclo hidrológico, e nós ficamos assim... ficamos assim, nós o povo, nós que já fizemos um esforço de requisitar os serviços daqueles que enquanto estado pensamos serem eles que deviam nos garantir a assistência, prestando serviços públicos a população!
Mas assim o esforço é de quem?!
É nosso enquanto povo, ou é deles que até foram indicados para sobre nossa vontade exercerem o poder?!
Pois saibam, que entre nós, somos muitos os que não gostamos dos vossos "ditos esforços", considerando que geralmente as pessoas fazem esforços quando as suas forças estão no limite das suas capacidades.
Por isso ilustres Camaradas, parem de fazer os ditos esforços, e ponham sim as vossas competências e atribuições a serviço de quem vos dá o direito de exercer o poder, no caso parem de suscitar apanágios quando na realidade o que vocês devem fazer é nada mais do que cumprirem com as vossas obrigações!!!
E mais nada pá!
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
terça-feira, 3 de outubro de 2017
AGORA ESTAMOS ASSIM…SÓ SE OLHAMOS NOS OLHOS
Por: Bento dos Santos
Nos últimos tempos tem sido assim. Depois de alguns entre muitos terem feito uso dos seus direitos e deveres, exercendo assim a cidadania votando, começa-se a se sentir o retorno sobre as primeiras acções formais do recém eleito e investido, o Sr. Presidente da República, João Lourenço.
As reacções que parecem ser as mais notórias, são as partilhadas nas redes sociais, isto para quem é cidadão virtual; isto para quem interage e faz uso destes meios tecnológicos. As razões de tal presunção, aliam-se ao facto das redes sociais facilitarem o utópico espaço da real liberdade para qualquer manifesto de opinião.
Assim sendo, as redes sociais são encontradas como um recurso para se fazerem ouvir, e temos que ter em atenção que quanto menos espaços houverem para as pessoas se fazerem ouvir, maior será a busca pelos espaços alternativos, no caso, maior será o uso das redes sociais.
As referidas alusões podem ser sustentadas pelo facto de muitas mensagens partilhadas nas redes sociais terem sido partilhadas sem constar a identidade do emissor; muitas informações tem vindo a circular nas redes sociais, como manifesto público das reacções as primeiras acções do actual governo.
E assim tem sido; os olhos dos outros tem visto e analisado as acções, e tudo porque também tem o direito de emitir as suas opiniões; assim tem sido porque dos seus olhos vêm os nossos olhos. E pelo que parece a maior parte das opiniões circulantes, vêm carregadas de um certo péssimismo; podemos também dizer que muitas das informações circulantes estão carregadas de cepticismo!
Na realidade, talvez não podia ser diferente, isto porque as mudanças, geralmente requerem espaço e tempo, para as adaptações, e agravam estes requisitos quando são avaliadas por pessoas que já transportam experiências menos boas nas suas memórias, que acaba por os tornar mais cautelosos, jogando no seguro, e muitas vezes fazendo recurso ao adágio popular: - “É preciso ver para crer”!
E assim tem sido. Foram nomeados os membros do governo, que ainda não sabemos se voltará a designação de “executivo” ou se nos manteremos no uso da tradicional designação de “governo” a verdade é que dos olhos dos outros, para os nossos olhos, muitos dos nomeados depois da tomada de posse, começaram as suas actividades já enfrentando as câmaras dos nossos meios de comunicação social, e entre o reforço e a renovação das “promessas” uns tantos já deixaram escapar que ainda estão muito longe do que se lhes espera; resumindo, não disseram nada de novo em relação as grandes expectativas suscitadas.
E como agora está em voga 《nós dos muitos》podermos gingar a fezada que nos deram, para também podermos falar mesmo, assim mesmo sem papás na língua, por formas a participarmos na busca do “melhorar o que está bem e na ânsia de corrigir o que está mal” e aproveitando a raiva de muitos que não foram nomeados, e tantos outros que nos encontraram aqui na bancada, onde só olhamos, agora estamos todos assim; cada um a olhar nos olhos do outro!
E como mágica, agora cada um tem muito a dizer, já uns tantos, ainda agora já têm saudades do protocolo do então, Camarada Presidente; outros tantos, ensaiam ainda os seus olhos, para verem bem como vão dizer, o que vão dizer, onde vão dizer, porquê vão dizer, isto para virem a ser aceites; pois como se diz, “a esperança é a última a morrer” e na realidade, ainda faltam cargos para serem ocupados, e a ideia dos olhos dos outros é verem tudo mexido, tudo trocado, afinal para muitos tudo estava mal…hoje já... só porque lhes exoneraram, agora também já são nossos colegas e dizem serem nossos amigos, assim mesmo de se olhar nos olhos!
Mas nós estamos aqui; assim mesmo como antes; recebendo todos. A nossa filosofia é como a dos campos santos. Todos podem vir, o buraco é igual, com urna, sem urna, tendo sido rico, pobre, Doutor ou analfabeto, aqui todos são importantes; aqui todos são iguais; aqui todos nos olhamos nos olhos!
E nós continuamos aqui; na bancada; só a olhar com os nossos olhos; até o meu camba Finesto que se contentava com tudo, já se fartou e perguntou: - “Epá! Mas quando é que estes camaradas vão parar de fazer promessas e passarem a fazer?”
Eu e os outros novos inquilinos daqui da bancada, não lhe dissemos nada. Aliás… acho que lhe respondemos sim; porque só lhe olhamos nos olhos, e ele ficou assustado e nos disse: - Xé! Só os vossos olhos, nos olhos dos outros!
E mais nada pá!
Nos últimos tempos tem sido assim. Depois de alguns entre muitos terem feito uso dos seus direitos e deveres, exercendo assim a cidadania votando, começa-se a se sentir o retorno sobre as primeiras acções formais do recém eleito e investido, o Sr. Presidente da República, João Lourenço.
As reacções que parecem ser as mais notórias, são as partilhadas nas redes sociais, isto para quem é cidadão virtual; isto para quem interage e faz uso destes meios tecnológicos. As razões de tal presunção, aliam-se ao facto das redes sociais facilitarem o utópico espaço da real liberdade para qualquer manifesto de opinião.
Assim sendo, as redes sociais são encontradas como um recurso para se fazerem ouvir, e temos que ter em atenção que quanto menos espaços houverem para as pessoas se fazerem ouvir, maior será a busca pelos espaços alternativos, no caso, maior será o uso das redes sociais.
As referidas alusões podem ser sustentadas pelo facto de muitas mensagens partilhadas nas redes sociais terem sido partilhadas sem constar a identidade do emissor; muitas informações tem vindo a circular nas redes sociais, como manifesto público das reacções as primeiras acções do actual governo.
E assim tem sido; os olhos dos outros tem visto e analisado as acções, e tudo porque também tem o direito de emitir as suas opiniões; assim tem sido porque dos seus olhos vêm os nossos olhos. E pelo que parece a maior parte das opiniões circulantes, vêm carregadas de um certo péssimismo; podemos também dizer que muitas das informações circulantes estão carregadas de cepticismo!
Na realidade, talvez não podia ser diferente, isto porque as mudanças, geralmente requerem espaço e tempo, para as adaptações, e agravam estes requisitos quando são avaliadas por pessoas que já transportam experiências menos boas nas suas memórias, que acaba por os tornar mais cautelosos, jogando no seguro, e muitas vezes fazendo recurso ao adágio popular: - “É preciso ver para crer”!
E assim tem sido. Foram nomeados os membros do governo, que ainda não sabemos se voltará a designação de “executivo” ou se nos manteremos no uso da tradicional designação de “governo” a verdade é que dos olhos dos outros, para os nossos olhos, muitos dos nomeados depois da tomada de posse, começaram as suas actividades já enfrentando as câmaras dos nossos meios de comunicação social, e entre o reforço e a renovação das “promessas” uns tantos já deixaram escapar que ainda estão muito longe do que se lhes espera; resumindo, não disseram nada de novo em relação as grandes expectativas suscitadas.
E como agora está em voga 《nós dos muitos》podermos gingar a fezada que nos deram, para também podermos falar mesmo, assim mesmo sem papás na língua, por formas a participarmos na busca do “melhorar o que está bem e na ânsia de corrigir o que está mal” e aproveitando a raiva de muitos que não foram nomeados, e tantos outros que nos encontraram aqui na bancada, onde só olhamos, agora estamos todos assim; cada um a olhar nos olhos do outro!
E como mágica, agora cada um tem muito a dizer, já uns tantos, ainda agora já têm saudades do protocolo do então, Camarada Presidente; outros tantos, ensaiam ainda os seus olhos, para verem bem como vão dizer, o que vão dizer, onde vão dizer, porquê vão dizer, isto para virem a ser aceites; pois como se diz, “a esperança é a última a morrer” e na realidade, ainda faltam cargos para serem ocupados, e a ideia dos olhos dos outros é verem tudo mexido, tudo trocado, afinal para muitos tudo estava mal…hoje já... só porque lhes exoneraram, agora também já são nossos colegas e dizem serem nossos amigos, assim mesmo de se olhar nos olhos!
Mas nós estamos aqui; assim mesmo como antes; recebendo todos. A nossa filosofia é como a dos campos santos. Todos podem vir, o buraco é igual, com urna, sem urna, tendo sido rico, pobre, Doutor ou analfabeto, aqui todos são importantes; aqui todos são iguais; aqui todos nos olhamos nos olhos!
E nós continuamos aqui; na bancada; só a olhar com os nossos olhos; até o meu camba Finesto que se contentava com tudo, já se fartou e perguntou: - “Epá! Mas quando é que estes camaradas vão parar de fazer promessas e passarem a fazer?”
Eu e os outros novos inquilinos daqui da bancada, não lhe dissemos nada. Aliás… acho que lhe respondemos sim; porque só lhe olhamos nos olhos, e ele ficou assustado e nos disse: - Xé! Só os vossos olhos, nos olhos dos outros!
E mais nada pá!
domingo, 1 de outubro de 2017
A HORA DO JORNALISMO FACTUAL
Por: Bento dos Santos
Na passada quinta-feira (29/09/017) foi divulgada a composição e as respectivas nomeações dos membros do governo que passam a exercer as funções ministeriais e governamentais do novo executivo da nossa terceira República.
Deixando para segundo plano os “blá, blá, blá” que todos nós já sabemos, isto é que o actual governo é resultado do último pleito eleitoral de 23 Agosto, vamos ao que o presente texto se propõe a nos apresentar para reflexão, levando em consideração o facto que as pessoas não gostam muito de ler. E uma vez não serem amantes da leitura, é desnecessário dizer que não gostam de textos《massudos》ou melhor textos com uma vasta extensão de conteúdo.
Voltando a cerne da questão, uma vez nomeados e empossadas as novas “figuras públicas” muitas das quais o são “apenas por inerência de funções” temos a destacar a orientação do Sr. Presidente, General João Lourenço que após a sua investidura, isto durante a sua primeira alocução discursiva como o terceiro Presidente da República de Angola, destacou a necessidade de termos uma comunicação social mais plural e factual, o que pode-se entender que os meios de comunicação social não tem vindo a implementar um modelo de jornalismo democrático. É verdade, parece ser muito severa está interpretação mais muitos sabemos que é a mais realista.
E como podemos entender esta questão…
Primeiro podemos sustentar que esta interpretação é fundamentada por factos, se nos propusermos em analisar as pautas informativas dos meios de comunicação social.
Muitos são os espectadores ou ouvintes que sentados a ouvirem ou ao verem os programas emitidos pelos meios de comunicação social, percebem que a maior parte das grelhas de informações são baseadas no modelo do jornalismo de desenvolvimento onde a prática da actividade jornalística é fundamentada nas políticas definidas pelo estado consubstanciada a busca da superação dos problemas sociais como a fome, a pobreza, o combate ao analfabetismo etc. É um modelo adoptado maioritariamente pelos países que foram colonizados e promove a censura jornalística. O excesso do uso do modelo de jornalismo desenvolvimento nas agendas dos meios de comunicação social, tem feito com que o jornalismo factual perca a relevância. É preciso ter em atenção que o modelo do jornalismo democrático é o que devia constar como o principal modelo da acção jornalística, tendo em conta que este modelo é caracterizado apenas pelo respeito da Lei, da ética e da deontologia jornalística; o que infelizmente não tem acontecido na nossa esfera pública, pois tal presunção fica para segundo plano, e assim temos assistido inúmeras grelhas de programação que priorizam o entretenimento, e os programas de opiniões sem sustentabilidade factual, manipulando a formação da opinião pública para uma imagem irreal e muitas vezes distinta dos factos que ocorrem no contexto social.
Não estamos a dizer que o jornalismo de opinião é um modelo que deve ser banido. Longe de nós meros pesquisadores fazer tal alusão. O que estamos a dizer, é que as opiniões deviam ser resultantes dos factos, logo a produção jornalística devia ser baseada primariamente nos factos, aliás é o que apreendemos ao estudar os massudos manuais das teorias da comunicação.
Pois então; como muitos de nós somos teimosos, e porque muitos são os que buscam recompensas em detrimento do seu valor profissional, foi preciso que o Presidente da República nos passasse um cartão amarelo, chamando-nos atenção para fazermos bem o nosso trabalho, quando na verdade os especialistas somos nós, e devíamos ser nós os primeiros a mostrar como é o nosso trabalho…“ pois então, fica claro nós demos bandeira”…
Entretanto, como se tem ventilado nos adágios populares, mas vale tarde do nunca, temos um novo executivo, novas políticas que se esperam ir de encontro com as perspectivas e as necessidades da população. E neste particular o novo ministro da Comunicação Social, Dr. João Melo tem o desafio de “olear” e refinar o novo rumo que a Comunicação Social pública pode ter.
É preciso retermos no nosso pensamento, que os meios de Comunicação Públicos e Privados exercem entre eles papéis directos e indirectos no jogo de influência de desempenho na esfera pública. Entenda-se por isso, que as palavras do Senhor Presidente não se limitam apenas para os meios de Comunicação Social Públicos, mas denota-se que tal referência é extensiva e abrange também os meios de Comunicação Social Privados.
E afirmamos com argumentos de razão, quem quiser arriscar-se a falhar, que pense o contrário. Por conseguinte, os profissionais da Comunicação Social tem assim criado um ambiente propício para pararem de “reclamar atrás da porta” e poderem fazer o trabalho de forma diferente e profissional, primando por um jornalismo isento, factual, responsável e actuante.
Não vamos aqui procurar dar aulas de jornalismo, para tal existem instituições para os referidos fins. Mas também não podemos deixar de revelar, que o Sr. Presidente, General João Lourenço quando fez a referência aos meios de Comunicação Social, no que concerne as suas expectativas, acabou por dar uma grande ajuda ao sector, pois não é segredo que muitos destes órgãos se encontram a vivenciar uma crise grave de credibilidade, e muitos deles já não são tidos como os mais confiáveis no que concerne a busca da informação. Para ajudar a reflexão sobre estas afirmações, basta-nos analisar a acentuada proliferação de informações infundadas e consumida massivamente nas redes sociais. Tal acontece porque muitos factos que ocorrem no meio social e que deviam ser classificados com valor-notícia, acabam por serem ignorados, sendo apenas validados no espaço periférico dos sistemas convencionais dos meios de Comunicação Social.
Esperamos que com este cenário criado, venhamos a ter um jornalismo mais factual, onde por exemplo o repórter informa a opinião pública sobre a real falta de água que vivemos diariamente e que não se limitem a ouvir o parecer da Epal.
Assim, esperamos que muitos jornalistas que até onde sabemos também vivem as mesmas dificuldades que nós, façam as suas matérias com factos, como por exemplo, reportarem que estamos sem energia a mais de X dias sem terem que nos impingir o ponto de vista da falta da subida do caudal de água. Esperamos que os jornalistas reportem que temos mais bandidos lá no bairro que os polícias da esquadra, e que os bandidos parecem estar mais motivados, pois são mais pontuais e não falham, como acontece infelizmente com os nossos polícias que parecem ter medo da escuridão; e reportem os factos sem medo de serem presos na via; se necessário paguem as taxas de circulação e tratem toda documentação para evitarem viver da troca de favores e assim possamos ser todos bons profissionais. Deixem que a polícia se preocupe com a gestão da sua própria imagem.
Assim esperamos que àquelas pessoas mais preocupadas e preocupados em serem filmados pela televisão para serem apresentados no telejornal com a esperança de virem a ser ainda mais promovidos pela incompetência do que pela competência.
Esperamos que com o surgimento da hora do jornalismo mais factual, todos possam vir a se beneficiar do trabalho jornalístico isento e responsável, pois os meios de Comunicação Social também tem a função de fiscalizadores das acções do estado, porquanto são os meios que possibilitam a formação da opinião pública (ler o livro Comunicação e Opinião Pública).
Estamos todos assim; todos mais para assim, de uma comunicação mais factual.
Na passada quinta-feira (29/09/017) foi divulgada a composição e as respectivas nomeações dos membros do governo que passam a exercer as funções ministeriais e governamentais do novo executivo da nossa terceira República.
Deixando para segundo plano os “blá, blá, blá” que todos nós já sabemos, isto é que o actual governo é resultado do último pleito eleitoral de 23 Agosto, vamos ao que o presente texto se propõe a nos apresentar para reflexão, levando em consideração o facto que as pessoas não gostam muito de ler. E uma vez não serem amantes da leitura, é desnecessário dizer que não gostam de textos《massudos》ou melhor textos com uma vasta extensão de conteúdo.
Voltando a cerne da questão, uma vez nomeados e empossadas as novas “figuras públicas” muitas das quais o são “apenas por inerência de funções” temos a destacar a orientação do Sr. Presidente, General João Lourenço que após a sua investidura, isto durante a sua primeira alocução discursiva como o terceiro Presidente da República de Angola, destacou a necessidade de termos uma comunicação social mais plural e factual, o que pode-se entender que os meios de comunicação social não tem vindo a implementar um modelo de jornalismo democrático. É verdade, parece ser muito severa está interpretação mais muitos sabemos que é a mais realista.
E como podemos entender esta questão…
Primeiro podemos sustentar que esta interpretação é fundamentada por factos, se nos propusermos em analisar as pautas informativas dos meios de comunicação social.
Muitos são os espectadores ou ouvintes que sentados a ouvirem ou ao verem os programas emitidos pelos meios de comunicação social, percebem que a maior parte das grelhas de informações são baseadas no modelo do jornalismo de desenvolvimento onde a prática da actividade jornalística é fundamentada nas políticas definidas pelo estado consubstanciada a busca da superação dos problemas sociais como a fome, a pobreza, o combate ao analfabetismo etc. É um modelo adoptado maioritariamente pelos países que foram colonizados e promove a censura jornalística. O excesso do uso do modelo de jornalismo desenvolvimento nas agendas dos meios de comunicação social, tem feito com que o jornalismo factual perca a relevância. É preciso ter em atenção que o modelo do jornalismo democrático é o que devia constar como o principal modelo da acção jornalística, tendo em conta que este modelo é caracterizado apenas pelo respeito da Lei, da ética e da deontologia jornalística; o que infelizmente não tem acontecido na nossa esfera pública, pois tal presunção fica para segundo plano, e assim temos assistido inúmeras grelhas de programação que priorizam o entretenimento, e os programas de opiniões sem sustentabilidade factual, manipulando a formação da opinião pública para uma imagem irreal e muitas vezes distinta dos factos que ocorrem no contexto social.
Não estamos a dizer que o jornalismo de opinião é um modelo que deve ser banido. Longe de nós meros pesquisadores fazer tal alusão. O que estamos a dizer, é que as opiniões deviam ser resultantes dos factos, logo a produção jornalística devia ser baseada primariamente nos factos, aliás é o que apreendemos ao estudar os massudos manuais das teorias da comunicação.
Pois então; como muitos de nós somos teimosos, e porque muitos são os que buscam recompensas em detrimento do seu valor profissional, foi preciso que o Presidente da República nos passasse um cartão amarelo, chamando-nos atenção para fazermos bem o nosso trabalho, quando na verdade os especialistas somos nós, e devíamos ser nós os primeiros a mostrar como é o nosso trabalho…“ pois então, fica claro nós demos bandeira”…
Entretanto, como se tem ventilado nos adágios populares, mas vale tarde do nunca, temos um novo executivo, novas políticas que se esperam ir de encontro com as perspectivas e as necessidades da população. E neste particular o novo ministro da Comunicação Social, Dr. João Melo tem o desafio de “olear” e refinar o novo rumo que a Comunicação Social pública pode ter.
É preciso retermos no nosso pensamento, que os meios de Comunicação Públicos e Privados exercem entre eles papéis directos e indirectos no jogo de influência de desempenho na esfera pública. Entenda-se por isso, que as palavras do Senhor Presidente não se limitam apenas para os meios de Comunicação Social Públicos, mas denota-se que tal referência é extensiva e abrange também os meios de Comunicação Social Privados.
E afirmamos com argumentos de razão, quem quiser arriscar-se a falhar, que pense o contrário. Por conseguinte, os profissionais da Comunicação Social tem assim criado um ambiente propício para pararem de “reclamar atrás da porta” e poderem fazer o trabalho de forma diferente e profissional, primando por um jornalismo isento, factual, responsável e actuante.
Não vamos aqui procurar dar aulas de jornalismo, para tal existem instituições para os referidos fins. Mas também não podemos deixar de revelar, que o Sr. Presidente, General João Lourenço quando fez a referência aos meios de Comunicação Social, no que concerne as suas expectativas, acabou por dar uma grande ajuda ao sector, pois não é segredo que muitos destes órgãos se encontram a vivenciar uma crise grave de credibilidade, e muitos deles já não são tidos como os mais confiáveis no que concerne a busca da informação. Para ajudar a reflexão sobre estas afirmações, basta-nos analisar a acentuada proliferação de informações infundadas e consumida massivamente nas redes sociais. Tal acontece porque muitos factos que ocorrem no meio social e que deviam ser classificados com valor-notícia, acabam por serem ignorados, sendo apenas validados no espaço periférico dos sistemas convencionais dos meios de Comunicação Social.
Esperamos que com este cenário criado, venhamos a ter um jornalismo mais factual, onde por exemplo o repórter informa a opinião pública sobre a real falta de água que vivemos diariamente e que não se limitem a ouvir o parecer da Epal.
Assim, esperamos que muitos jornalistas que até onde sabemos também vivem as mesmas dificuldades que nós, façam as suas matérias com factos, como por exemplo, reportarem que estamos sem energia a mais de X dias sem terem que nos impingir o ponto de vista da falta da subida do caudal de água. Esperamos que os jornalistas reportem que temos mais bandidos lá no bairro que os polícias da esquadra, e que os bandidos parecem estar mais motivados, pois são mais pontuais e não falham, como acontece infelizmente com os nossos polícias que parecem ter medo da escuridão; e reportem os factos sem medo de serem presos na via; se necessário paguem as taxas de circulação e tratem toda documentação para evitarem viver da troca de favores e assim possamos ser todos bons profissionais. Deixem que a polícia se preocupe com a gestão da sua própria imagem.
Assim esperamos que àquelas pessoas mais preocupadas e preocupados em serem filmados pela televisão para serem apresentados no telejornal com a esperança de virem a ser ainda mais promovidos pela incompetência do que pela competência.
Esperamos que com o surgimento da hora do jornalismo mais factual, todos possam vir a se beneficiar do trabalho jornalístico isento e responsável, pois os meios de Comunicação Social também tem a função de fiscalizadores das acções do estado, porquanto são os meios que possibilitam a formação da opinião pública (ler o livro Comunicação e Opinião Pública).
Estamos todos assim; todos mais para assim, de uma comunicação mais factual.
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