Por: Bento José dos Santos
Sei que através desde canal, em muitas ocasiões
fica-se por se esgotar os assuntos que proponho partilhar. É um facto!
Entretanto, a partilha dos mesmos, pode-se considerar o ponto de partida para
um debate mais aprofundado, cujo os canais para tal, todos conhecemos.
Actualmente torna-se cada vez mais difícil conceituar
a palavra “revolução”. Isso deve-se ao facto de que, as experiências históricas
definidas como “revolucionarias” nem sempre corresponderem com exactidão as
concepções previamente estabelecidas.
O foco deste artigo não perspectiva criar
marcos sobre a questão. No entanto, torna-se imperioso analisar em profundidade
se as transformações sociais resultantes de determinados acontecimentos
se estes provocaram mudanças bruscas na vida politica, económica e social de um
determinado estado. Este é o paradigma das correntes marxistas que defendem que
só existe revolução quando se constata uma mudança brusca no “statu quo” de uma
sociedade (...) formada pelos três pilares sociais (sistema politico, económico
e social).
Se por um lado torna-se mais difícil conceituar a
palavra “revolução” não menos complexas, têm sido as motivações para o
surgimento de fenómenos sociais auto-identificados como revoluções. Numa abordagem menos generalista da questão,
delemita-mos o surgimento da corrente que globalizou a campanha apelidada
massivamente nas redes sociais por “Revolução Árabe” que a meu entender, parece
ter fracassado da sua meta previamente anunciada. Pois, não é novidade para os
mais atentos, que na época do surgimento das ditas “Revoluções Árabes”
rotulou-se como justificativa da sua emancipação “o facto das mesmas virem a
actuar como estratégia mais viável para a rápida implementação da democracia”
num mundo que até então persistia a mercê da vontade de regimes ditatoriais « ».
Propagava-se pelos quatro cantos que a revolução traria consigo o grande despertar, um despertar para novos tempos de paz e desenvolvimento
nestes países (…) Um despertar consumado na democracia (…)!
Entretanto, o tido
argumento vincou como causa, hoje, muitos se questionam sobre a sua dimensão,
implicação e consequências nas distintas partes do mundo. É bem verdade que o
cordão umbical das revoluções árabes extendeu-se desde a Tunisia, Egipto, Líbia, Líbano, Síria, Argélia e demais países (...)
Outra realidade
não menos importante para a identificação das causas do seu surgimento,
preende-se á necessidade de se contextualizar o actual cenário internacional que
exprimenta (va) a emancipação de uma das mais destemidas crises económicas
mundiais.
Ao assistirmos uma
europa demente por soluções que lhe aliviam da crise, o ambiente de
instabilidade politica e social em alguns estados espalhados pelo mundo,
representa também uma possibilidade de aleviar estrategicamente o sufoco
económico vivido em algumas regiões atingidas pela crise. Sim! A guerra ajuda o
desenvolvimento de certas economias, e num passado recente ela foi uma das
principais causas do desenvolvimento indústrial também baptizada por “revolução
indústrial” que foi uma das principais fontes de estabilidade económica de
muitos países.
Ainda sobre o campo (económico) importa
desmestificar uma outra questão ligada ao falso mito da riqueza génerica que
ficticiamente se especula existir para todo povo árabe. Apesar do petróleo
gerar riqueza e prosperidade, este recurso também tem sido um dos
principais factores das grandes crises
no mundo árabe.
Uma das causas
primárias dá-se ao facto do petróleo só beneficiar uma franja priveligiada das
elites árabes, constituida maioritariamente por governantes hereditários ( reis
) que até hoje estão no poder, acumulando bilhões de dólares em disparidade com
o aumento dos níveis de desemprego, o que enfraquece a democracia e a
liberdade nestes países.
Outrossim, é preciso não
descurar-mos o facto de que a revolução árabe, talvez já tenha merecido um
estudo mais aprofundado por parte da comunidade ciêntifica, pois na sua
essência, foram vários os factores que perfilaram como motivação para uma observação
mais permonizada. Entre os diversos aspectos, dois factos inovadores e
consistentes na génese de tal fenómeno politico e social, certamente
despertaram a atenção dos estudiosos. Por exemplo: o recrutamento gratuito que
rapidamente foi-se disseminando pelas redes sociais, mobilizou inúmeros actores
voluntários que se associaram como agentes de uma causa « » indefinida, propagando
a intentona da instabilidade, nas vestes de “revolução” deixando para segundo
plano as reais perspectivas, isto é, se tais acções seriam simétricas aos
objectivos previamente anunciados.
Por estes e outros factos
provocados pela géneses das revoluções, algumas perguntas não se calam, e levam-nos
a esgrimi-las de forma reflectiva sobre tão ousado tema. Questões como: Qual é
o actual estado político e social nos países onde se instalarão as revoluções
árabes? A quem realmente interessasa (va) a instabilidade politica e social
nestes países? O modelo “revolucionário” para derrube de governos, ou mudança
de regimes politicos, é apropriado perante as actuais realidades mundiais? O
mundo (...) ficou mais seguro após o surgimento destas revoluções?
Ao mergulhar-mos
nossa inteligência sob reflexão de tais questionamentos, fomos impostos pela
hierarquia da abordagem, a delimitar-mos a nossa dissertação numa pequena
incursão numa das fases da expansão do povo árabe.
Neste prisma, importa
realçar que embora os árabes
sempre foram um povo numeroso e distribuido por uma grande
extensão do mundo, o Mundo Árabe como nós conhecemos hoje, só passou a ser
construido por meio da liderança do profeta Maomé.
O profeta Maomé, tido
como um homem muito sábio, nasceu na Peninsula Arábica ( coração do Mundo Árabe
) no ano de 570, vindo de uma família rica de comerciantes. O que pouca gente
sabe, é que além de profeta
ele também foi um político que chegou a convencer e unificar todo o povo árabe
da sua região. Outra contrariedade da actual imagem propagada pelo senso comum,
no que diz respeito ao mundo árabe, prende-se ao facto de que Maomé não ter
sido um mulçumano fanático, e não era contra as religiões que existiam no mundo
naquela época, como era caso do Cristianismo e o Judaismo.
Entretanto, devido a
sua forte liderança política entre os árabes, Maomé foi expulso da sua cidade
natal “Meca”
no ano de 622 pela Aristocracia local. Fugindo pelo deserto, Maomé chegou até a
cidade de Medina,
onde em segredo organizou um exército para invadir Meca e converte-la na
sua nova religião.
Foram travadas batalhas
sangrentas entre os exércitos de Maomé e os soldados de Meca, durante anos e
anos, mas no final desta guerra Maomé saiu vitorioso e conquistou Meca, uma das
principais cidades da época. Contando na altura com duas (2) cidades sobre seu
comando Maomé expandiu ainda mais seus exércitos e durante os anos seguintes
iniciou uma nova guerra para unificar todos os árabes, derrotando faseadamente
todos os seus inimigos.
Após a sua morte,
toda a Península Arábica já estava totalmente unida. Os seus seguidores agora
partiriam para a conquista do mundo. Essa conquista prosseguiu por séculos,
chegando a formar a base das sociedades árabes modernas. No entanto, o grande império árabe
foi se dissolvendo com o tempo e os Cristãos recuperaram suas terras.
Voltando a questão suscitada anteriormente sobre o
actual estado político e social nos países onde se instalarão as revoluções
árabes, podemos reponder de forma simples e hierarquicamente em função temporal
do surgimento dos fenómeno social designado por “Revolução Árabe”. Assim sendo,
começamos pela Tunisia que actualmente vive uma intensa instabilidade politica.
Egipto-Idem Ibidem, Líbia- Idem Ibidem, Líbano- Idem Ibidem, Síria- Idem Ibidem
(...)
Infelizmente não podemos fechar o presente artigo
com uma ideia contraria, se não uma avaliação negativa nos resultados
alcançados pelas ditas “revoluções” já implantadas até os dias de hoje!
Assim procedemos, pelo facto destas manifestações
sociais serem nada mais do uma nova forma de promover a instabilidade social,
contrapondo todos argumentos que embrionariamente motivaram a sua proliferação
pelo mundo. No entanto, uma verdade torna-se confessa para esclarecer a origem
das apelidadas “revoluções árabes” estas são certamente as “motivações
politicas inconfessas” antes mesmo do interesse de um todo “o povo”. A fundo da
verdade, identificamos que a fragilidade dos actores sociais de nivel 3
(entenda-se a população) reside no espaço cada vez maior que a pobreza vai se
instalando nas sociedades, o que cria o ambiente prospicio para a emanticipação
da manipulação politica social no seu seio.
O que para muitos parece ser da responsabilidade do
povo é sim responsabilidade das distintas lideranças governamentais espalhadas
pelo mundo, que ao assumirem a liderança de um estado, devem antes de mais, ter
visão e tenacidade para previnir a emanticipação destes fenómenos. Para tal,
sugere-se a adopção e formulação de politicas sociais que promovam os pilares
básicos para que as populações tenham uma vida mais condigna e justa. Por cá, isto
só é possivel com assumpção do compromisso de lutar rigorosamente
contra-corrupção (...) «»!
Por:
Bento José dos Santos