sábado, 20 de novembro de 2010
RESPONSABILIDADE PESSOAL E A DIMENSÃO DA CORRUPÇÃO
Prezado amigo leitor,
A partir da presente data, achei conveniente dedicar quatro ensaios, na perspectiva de dinamizar uma hipótese, sob uma só plataforma temática, no caso, “Responsabilidade Pessoal e a Dimensão da Corrupção”, como já deve ter percebido, este é o primeiro!
Não pretendo ser o tal moralista, identificando as raízes ou essências dos casos descritos, o meu objectivo, em função do tema, é dinamizar este exercício. A avaliação moralista ou ética, poderá ser feita pelo próprio, amigo leitor, caberá a si, no final de cada caso, identificar “onde começou o ilícito, no caso a corrupção”…poderás ainda, enviar-me o seu ponto de vista, tomarei nota, e quiçá, futuramente poderei espelhar a sua opinião, retratando o seu nome, na futura obra literária que esta em forja, a ser publicada brevemente;
A minha perspectiva filosófica para com estes ensaios, no que tange especificamente este tema, visa sondar, até que ponto, um determinado cidadão, detém conhecimentos para saber, do seu posicionamento pessoal por formas a contribuir ou estancar a corrupção, ou ainda, participar na sua promoção.
Conto consigo, nestes simples três minutos do seu pouquíssimo tempo,
Pelo que,
Lhe agradeço.
Iº Caso:
*O voo 747 proveniente da cidade de Lisboa acabava de aterrar em solo Angolano, dos inúmeros passageiros que desembarcavam, um fazia as contas a sorte. Will Balond, atravessou continentes para chegar ao destino, não se fazia acompanhar de muitas bagagens, apenas trazia consigo uma mochila pendurada ao ombro, os haveres que continha no interior davam a entender que o seu período de estadia seria curto.
Will Balond, era um cidadão de nacionalidade Baulmar. Sim! Não duvides, ele era um Baulmares, aquela cidade, que não existe.
Antes de viajar para Angola, Will Balond, balizou-se com informações sobre as distintas esferas do contexto sociopolítico angolano. Esta tarefa lhe foi facilitada, graças as novas tecnologias de informação; o recurso aos sites, serviram de barómetro para ter uma visão do que podia ser a realidade do país que seleccionou como meta.
Tinha uma ideia da fragilidade « » dos serviços de emigração, e de outras instituições do estado angolano. Treinará a língua, pelo menos as expressões mais usuais para poder comunicar-se, até arranjar um local para hospedar-se, sabia o nome do hotel que devia mencionar como ponto para estadia, alegando que tinha a reserva já efectuada, sem no entanto corresponder a verdade. Quanto a questão do período de permanência, argumentou que vinte e cinco dias, era o ideal para conhecer Angola. O visto que tinha disponível dava-lhe um período de trinta dias.
Quanto ao motivo da deslocação, afirmará, que era um admirador do continente africano, e Angola, era um país que constava na sua lista para visitas turísticas. Entre outras formalidades básicas da migração, os pressupostos foram ultrapassados. Will Balond estava já em solo Angolano, e fora do aeroporto. Sabia que tinha de ter algum cuidado, pois como em todos países, Angola tinha também os seus criminosos, a sua maneira m´bora…mas tinha!
Acção seguinte foi chamar um táxi, enquanto no seu interior arriscou decidir por uma sugestão que conservava consigo, lerá em um comentário que certo internauta fez a quando da publicação de uma noticia sobre o hotéis e similares da capital do país, no caso “Luanda”.
– Pór falor lebami a iuna pensón aqui na cidadi, kinaxi ou alvaladi, pediu Will Balond ao motorista do starlet bolinha, azul metalizado.
Após acomodação em uma das hospedarias localizada no centro da cidade de Luanda, Will Balond tratou de ambientar-se com o cenário dos típicos expatriados situados em Angola. O seu itinerário correspondia, em frequentar os restaurantes mais requintados da cidade, e procurar conhecer meticulosamente os dirigentes políticos do topo, da República de Angola. A sua deslocação a uma das conservatórias de Luanda, não foi por mero acaso, ai conheceu o Pin-pam, aquele que viria a ser o seu ponta de lança, esta acção de mestre, é ainda fruto das suas pesquisas as informações noticiosas, sobre Angola, publicada em um dos sites mais polémicos da praça da informação Angolana, tomou o cuidado de anotar inúmeros comentários, que davam por conta que as conservatórias de registo civil angolanas, trabalhavam mais no exterior, o pessoal interno era apenas para dar despacho dos casos…
Na perspectiva de Will Balond, Pin-pam era o homem certo, portador da pura gema “da gera mangole 90”, era a pessoa ideal, podia se dizer, que, qualquer necessidade que se manifestava perante ele, o homem tinha uma solução: - Não se preocupa kota, eu tenho um canal para tratar deste assunto, e se não poder pelo meu canal, lá, encontro outro canal, é tudo uma questão de encontrar um canal ou criar um canal, é assim que nós criamos o fantasma chamado sistema, kota”…não liga isto é bobeira, aqui em Angola é assim, eu mbora sou um pobre desgraçado se não bumbar assim vou pitar o qué?!...
Estas eram as palavras pronunciadas por Pin-pam, o jovem do canal; a solução para Will Balond, que até bem pouco tempo não sabia como arranjar estratégias para consolidar-se em Angola, uma vez que o mesmo precisava estender de forma oficiosa « » a sua permanência em Angola, pois seu objectivo era muito mais amplo, do que o simples turismo.
Passaram trinta dias, desde o seu desembarque em Angola, não lhe passava pela cabeça que aquele dia, seria o seu primeiro grande teste…sabia que a conjectura social angolana vivenciava um período de transição, alguns órgãos da soberania do estado, experimentavam uma reestruturação, nunca antes vista, alguns dos novos dirigentes, saíram do mundo das sombras, e conheciam inúmeros actores de ilícitos, nas vestes de homens direito… este facto, constitui, uma das vantagens de trabalhar na sombra, permite ter informações privilegiadas, o trabalho na sombra, é mais ou menos como o conhecer o futuro… vagueava Will Balond sobre os seu pensamentos, quando de repente…
Continua na próxima semana; mas não esqueça… envia a sua opinião sobre “onde começou o ilícito, no caso a corrupção” na narrativa descrita.
*PS: qualquer similitude dos factos narrados, e uma situação real, é mera coincidência, pelo que descarto qualquer responsabilidade, pois este ensaio, é mera ficção.
Epá! Não escrevi politica, pois não!
MPLA, MAIORITÁRIO, TAMBÉM É DEMOCRACIA (Ensaio)
Como quem não quer nada, aquele pedido tinha despertado a atenção de todos moradores do bairro, mereceu também um toque de finura intelectual do doutor Buaqueque, senhor respeitado pelo estudo e pelas kindivas, lá do bairro. Falava-se que era o evento do ano. Afinal de que se tratava?
Era o pedido da Quimbita, filha do Ti-manecas. Não adiantava criticar, pois no que corresponde a crescimento económico, este apresentava um acréscimo de seis dígitos para cada casa, do bairro, que viram as suas vendas a dispararem: já não havia sopa, os pastéis da vizinha Marada também não foram postos de lado, os ovos fervidos e tudo que compunha os ingredientes para uma boa bebedeira, passatempo da maioria da juventude da banda, foram também adquiridos…
A táctica de adquirir todos produtos de auto-consumo na banda para captar a atenção dos demais, foi resultado de uma estratégia implementada há meses, pelo Ti-manecas que não aceitava despender esforço para beneficio de outrem, mesmo que este fosse seu aparentado. Ti-manecas apercebendo-se do compromisso (pedido da filha), lançou uma campanha de mobilização, onde destacou as suas debilidades materiais face as responsabilidades que se lhe aguardava. Não é por acaso, que se considera a filosofia como a essência das ciências. Tudo parte do ideológico. A ideia de construir uma casa, até a sua concepção material, logicamente tem o seu pendor no pré-idealismo.
Talvez os factos, então espelhados, não representam a objectividade deste ensaio, mas certamente, o amigo leitor atento, a de perceber, no final deste ensaio, do porquê da sua contextualização.
Diariamente ouvimos a expressão “partido maioritário”, entretanto lembrar que um partido maioritário é resultado de um sistema eleitoral o qual o mesmo partido sai vitorioso por maioria relativa (ou pluralidade), que representa a maior minoria, ou por maioria absoluta, certamente não é nenhum descalabro…
Mas o que é um partido político?
Partido político, é um grupo organizado formal e legalmente constituído, com base em formas voluntárias de participação, em uma associação orientada para influenciar ou ocupar o poder político em um determinado país.
Não é por casualidade que muitos políticos têm preferido fazer política em ONGs ou criando pequenos partidos políticos que possam controlá-los, e se lançarem, através deles, posteriormente, candidatos a altos cargos políticos, entretanto, este também não é o foco deste ensaio!
Para um melhor enquadramento do tema deste ensaio, propus-me a resgatar o pendor histórico do iluminismo. O iluminismo foi um movimento filosófico que defendeu o final de regimes absolutistas e a divisão de poderes em instituições separadas. Os principais pensadores do movimento foram Montesquieu, Voltaire e Rousseau, na França E Adam Smith, na Inglaterra.
Em sua principal obra “O espírito das leis” Montesquieu analisou as principais formas de governo (despotismo, monarquia e república) posicionando-se como defensor da monarquia parlamentarista.
É nesta obra que Montesquieu afirma que é necessária a separação dos três poderes (legislativo, executivo e judiciário), sendo cada um deles presidido por instituições distintas e autónomas…outra maka mais!
Em Angola, o MPLA, se assume como um regime político democrático, e melhor que o seu posicionamento, pode-se identificar o seu tipo de liderança politica que se caracteriza pela realização de eleições livres, liberdade de imprensa, respeito aos direitos civis constitucionais, garantias para a oposição e liberdade de organização e expressão do pensamento político.
Tal posicionamento no entanto não anula a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que detêm o poder político (autoridade) e os demais membros da sociedade (administrados).
Na nossa praça estes factos são evidenciados diariamente, na saga da esfera pública. A esfera pública é a dimensão na qual os assuntos públicos são discutidos pelos actores públicos e privados, tal processo culmina na formação da opinião pública que, por sua vez, age como uma força oriunda da sociedade civil, em direcção aos governos no sentido de pressioná-los de acordo com seus anseios.
Sob a óptica de Habermas (sociólogo alemão) em sociedades complexas a esfera pública forma uma estrutura intermediária que faz a mediação entre o sistema político, de um lado, e os sectores privados do mundo da vida e sistemas de acção especializados em termos de funções de outro lado.
Já num outro panorama político, no caso dos Estados Unidos de América onde se acha o protagonismo da democracia, os partidos da disputa política norte-americana também servem para mostrar a solidez das instituições partidárias naquele país. O Partido Democrata, por exemplo, que é o mais antigo dos partidos do país, foi fundado há mais de 200 anos, em 1792, por Thomas Jefferson, um dos chamados "pais fundadores" da nação americana. Jefferson foi também o primeiro membro do partido a chegar à presidência dos EUA, no ano de 1800.
Há pelo menos três outros presidentes norte-americanos do Partido Democrata cujos nomes tiveram maior repercussão no plano internacional: Woodrow Wilson, Franklin D. Roosevelt e John F. Kennedy. Wilson colocou os EUA na Primeira Guerra Mundial, contribuindo decisivamente para o fim do conflito. Também lutou pela criação da Liga das Nações e estabeleceu o Federal Reserve ou Fed, o banco central norte-americano.
Roosevelt governou o país por 12 anos, tendo começado seu governo em meio à catastrófica crise deflagrada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929. Sua actuação foi marcada por uma grande intervenção do Estado na economia e pelo "New Deal", que retirou o país da depressão económica. Kennedy, o segundo mais jovem presidente norte-americano e o primeiro católico a assumir a presidência do país, personificou - no âmbito do possível - os ideais de mudança característicos da década de 1960.
O Partido Republicano também é conhecido por seus membros e simpatizantes como GOP ou Grand Old Party (Grande Velho Partido, onde "grande" se refere mais a valor, do que a tamanho). Embora mais recente do que seu tradicional adversário, também tem mais de 150 anos de idade. Foi fundado em 1854 por militantes antiescravocratas e chegou ao poder quatro anos depois, com a eleição de Abraham Lincoln.
No século 19, o Partido empenhou-se em defesa dos negros e lutou no Congresso pela 13ª. emenda, que aboliu a escravidão; pela 14ª., que garantiu protecção igualitária a negros e brancos; e pela 15ª., que deu direito de voto aos afro-americanos. Com isso, o partido conquistou a simpatia dessa minoria étnica, embora não a tenha mantido ao longo do tempo: desde os anos 1960, os negros norte-americanos votam maioritariamente nos democratas.
Entre os presidentes republicanos de destaque, encontra-se certamente Theodore Roosevelt, um republicano que não pode ser taxado de conservador, no sentido mais estrito da palavra. Prêmio Nobel da Paz de 1906, Ted Roosevelt desenvolveu uma política progressista e, por sinal, foi um pioneiro da preservação ambiental, tendo criado 170 mil km2 de florestas nacionais e 53 reservas naturais.
Como podemos constatar estes partidos lendários, foram, e são maioritários na terra da democracia…por cá, o MPLA é o partido maioritário resultante de um acto democrático (voto), não se apresenta como partido ditatorial, assume sim, a responsabilidade de buscar soluções para os problemas da sociedade, e para isto, recai-lhe o desafio de elaborar e implementar as estratégias mais correctas para o objectivo definido…”o bem-estar social”!
Dizer que se pode alcançar o bem-estar social sem ferir sensibilidades, em algumas ocasiões, estaríamos presentes a uma utopia, afinal a nossa condição de humanos racionais dá-nos a capacidade de pensarmos diferente. Assim, a utopia de culpabilizar o estado para os graves problemas de saneamento, e logo de seguida a reprovação pelo facto do estado assumir a responsabilidade sobre os mesmos factos no tempo e no espaço, é um paradoxo sem fim. Neste âmbito, suscita questionar, retoricamente, é correcto culpar o estado sob tais factos sociais?
Na minha opinião, acho que muitos problemas sociais são sim da culpa do estado; afinal, o estado somos todos nós…
No entanto, cobrar responsabilidades ao governo, ai sim, pode-se espelhar o MPLA, entretanto, o percurso para ser o partido maioritário que é, e os desafios que assumiu para alcançar o bem-estar social, dá-lhe a prova inequívoca que é um partido maioritário por merecer.
Talvez, seja o teu caso, pensares que não estou correcto, e a tua opinião tem mais apoiantes, isto tornar-te maioritário, mas não faz de ti um ditador, quando, aceitas e vives a diferença como um todo, e por fim tens voto de confiança de quem decide.
Ser maioritário é sinónimo de trabalho e compromisso com a vontade do povo.
Epá! Não escrevi politica, pois não!
INTELECTUALISMO E O CLIENTISMO VERDE E VERMELHO (ensaio)
Bento dos Santos
Tão jovem, tão rico, tão velho, logo tão astuto… podia ser diferente, se não fosse o desfecho de um acto solene. Tratava-se de um casamento. Todo mundo «« »» reunido, e, como é habito, a atenção dos distintos convidados centrava-se em dois únicos seres…óbvio, o noivo e a noiva. Também, podia ser diferente, se fosse um casamento insólito, quiçá, “como o de certa cidadã, que pelo mundo dos continentes decidiu casar-se sozinha”, já viram! Mas então, casamento não exige a presença de um casal… em certos casos, o outro parceiro finge assumir ser do sexo oposto…para onde vamos com o modernismo nos eventos… como disse alguém: “quanto mas se estuda mas se entende o desentendido”… epá, esta é outra história, para outro ensaio, quiçá…
Como grafava nas primeiras orações, podia ser um casamento como tantos outros, aqueles em que a noiva exibe um cinismo aparente no olhar, descrevendo o seu receio no que lhe espera nesta nova fase, começando pelo mais logo; onde a noiva olha de esguelha para o noivo, como se este fosse o filho que ela acaba de brotar no mundo, dando uma de que “tenho o homem direito…só a calma dele”! E o noivo então, sorrisos a meio lábios, vinco na testa a ti-respón, mas na mente… passa um copo e mais outro, e quiçá, não podia já começar nas convidadas… mas, epá, põe juízo, afinal não estamos em campanha na vila…
Pois, podia ser diferente, se aquele noivo não fosse um homem com muitas culpas, e os factos o fizeram assumidamente responsável da desgraça de muita gente.
A noiva ainda lembrou-se o quanto seu pai sofrerá, tentando levar avante seus ideais empreendedores, por meio de actividades comerciais, lá na comuna. Os ditos lutadores da democracia queimavam os seus bens (alimentos, bebidas, etc., etc., até o próprio carro que transportava não era poupado…), queimavam a esperança de vida, que já fora repleta de sofrimento. Podia ser diferente, se o noivo não fosse o tal, filho do tal, que neste muito que supostamente fez de conta que fez, não estivesse entre os milhares de mortos, que partem, e nunca dão recado de como é lá, no paraíso ou inferno…
Podia e mais podia… se não se assumissem como os outros, ditos intelectuais, agora nas vestes de professores «« »», começa haver diferença de professor e professor, passa o pleonasmo, se eu for professor do 1º ou 2º ciclo, as pessoas dizem “ele dá aulas” e eu for professor que lecciono em uma universidade, as pessoas dizem “ele é professor universitário”, epá! Como grafava, são os ditos professores universitários, que fingem desnudar-se das cores e subsidiar-se da razão científica, não vai ver que a sala de aula ainda se transforma num confessionário…só que a razão científica não é simétrica ao clientelismo a que estais mergulhados.
Os autores Bobbio, Lévy e Demo, citados na Bibliografia, concordam com um aspecto em comum: o intelectual é definido pelo meio social no qual vive e/ou no qual estabelece sua trajectória social. Um dos principais espaços de actuação do intelectual é a Universidade. A ciência seria parte da ideologia do intelectual, assim como a dedicação à prática científica e o desejo do exercício de um cargo no ensino superior enquanto modo de distinção social. Devido à acção reflexiva, o intelectual é portador de uma autoridade científica quando se expressa.
O intelectual estabelece relações com a sociedade através de seu status de intelectual. Estas relações, inseridas num conjunto maior de relações de poder, colocam o intelectual em situação de comprometimento político: suas ideias não são desvinculadas da existência social e suas proposições seguem uma orientação determinada. O intelectual pode então, através de seu intelecto, contribuir para determinado regime político ou determinada concepção de mundo.
Já o clientelismo é um subsistema de relação política, com uma pessoa recebendo de outra a protecção em troca do apoio político. O que caracteriza o clientelismo é o sistema de troca. Como nota característica o cliente fica em total submissão ao patrão, independentemente de com este possuir qualquer relação familiar, empregatícia ou qualquer outra.
No desenvolvimento social o clientelismo é uma ferramenta muitas vezes utilizada para enfraquecer o capital social e humano de uma determinada localidade, ou de uma nação por inteiro. Ao se privilegiar a obtenção de benefícios oriundos de entes externos a uma localidade, ocorre o enfraquecimento das relações horizontais, homem a homem; cidadão a cidadão, diminuindo a capacidade de colaboração destes indivíduos e ampliando a competição por mais recursos exógenos, e que não geram riquezas locais. Este processo gera um círculo vicioso que ao longo do tempo é capaz de desmobilizar completamente uma comunidade.
Por isso, e segundo Augusto de Franco, o clientelismo busca manter a verticalização da esfera pública e "modos de regulação autocráticos", dificultando a democratização da sociedade. Franco acrescenta ainda que desta maneira os programas de combate a pobreza é desenhada, não faz com que se diminua a pobreza, pois alimenta "continuamente a cadeia vertical de subordinações e favores pela qual se exerce o clientelismo".
Ai surge o paradoxo dos abutres do intelectualismo, que fazem uma mistura na conceituação, criando confusão na interpretação social, classificando-os de intelectuais. Nesta jogada de inteligência, os aparentemente mais sábios, criam cenários propícios para alcançar os seus objectivos, vendendo a imagem de “meros rectos”, entenda-se como parónimo ao adágio “lobos na pele de cordeiros”.
O conflito ideológico introspectivo da questão, quanto mais se ganha…ser intelectual, ou um mero servidor do clientelismo? …tem procurado suporte em várias acepções, como exemplo, a finalidade da existência humana.
Hoje, assistimos o casamento entre o intelectualismo e o clientelismo. E não é que estão a fazer filhos bonitos e aparentemente saudáveis?!
Só que, tem todos um defeito; têm todos o mesmo nome…chamam-se “sistema”! E estes têm também nas suas vestes as cores, verde e vermelha.
Epá! Não escrevi politica, pois não!
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